domingo, junho 22, 2008

Ética: Ter ou não SER.

- Já faz quinze dias!
- Às vezes, atrasa mesmo.. sempre costuma atrasar?
-Não.. sou um reloginho
-Ahm..
-Já falou com ele?
-Não.
Você tem que falar!
-Eu sei! Mas quero ter certeza primeiro..
-E quando será isso?
-Comprei o teste. Tô sem coragem..
- Ah, pára com isso! Vai logo! Tira essa dúvida!

Julia tinha apenas quinze anos. Queria ser médica e estava apaixonada. Marcos também tinha quinze anos. Não queria ser médico. Na verdade, ele não sabia o que queria ser. E também não estava apaixonado. Queria curtir, isso sim.
Um única noite, Julia estava gravida. Um vida se iniciava no seu ventre e a responsabilidade sobre ela era dos dois:
-Não, não pode ser. Faz de novo, esses negócios falham..
-Já fiz duas vezes..
-Faz a terceira!
-Marcos.. é verdade.. eu..
-Tem certeza que é meu?
-Assim você me ofende!
-Foi mal.. mas é que não consigo acreditar!E agora? Minha vida acabou!! Só se..
Ela sabia que ele diria isso. Os homens são mais covardes. Julia já sentia a vida pulsar dentro dela. E apesar de menina era sobretudo mãe.
-É crime, Marcos!
- Por que? Crime é deixar nascer essa crianças sem saber como cuidar dela!
- A gente pode aprender..
-Você não queria ser médica? como vai estudar? E seus pais? Já falou pra eles? eles me odeiam! Vão pesar nas suas idéias pra sempre! Pra que passar por isso!? Ninguém precisa ficar sabendo..
A menina tomou conta de Julia novamente. Será que só porque ninguém saberia deixaria de ser errado? E se Marcos tivesse mesmo razão? E se o maior erro fosse mesmo deixar a criança nascer? O julgamento do pai, da mãe, dos avós, as amigas.. os planos sonhados..imaginados..todos esses pensamentos tomaram conta dela naquele momento. Oscilava entre a mãe e a menina. Entre o certo e o errado. O "bem" e o "mal". Egoísmo, medo, angustia, coragem e covardia.
Fizeram. Ninguém nunca soube. Não suportariam os olhares de repreensão. Brincaram de "faz de conta" Não se viram mais. Júlia cresceu. Desistiu de ser médica. Não conseguiria.

(proposta do concurso EPTV 2008, meu exemplo de redação para os meus alunos)

sábado, junho 21, 2008

Filosofia das Amigas:

Diretamento dos EUA..

"aiii não fica assim, eu tbém odeio a humanidade meu, mas relaxa, deixa a humanidade q se foda...sejamos mais egoístas e pensemos só em nós :)" (Saqui, M. F. 2008)

No MSN:

Su diz: Por que eu atraio essas coisas hein?
Má diz: Porque mulheres bonitas e inteligentes atraem qualquer tipo de cara
Má diz: cabe a nós escolher

Neh?

Ainda no MSN:

Marie diz: E o coração, Pichena?
Su diz: Ah Mari.. daquele jeito..
tá bem.. mas vazio..

Marie diz: Antes vazio que cheio de merda, Sue


Com amigas assim, precisa de Mais alguma coisa?

Nããããão....




























domingo, junho 15, 2008

O Silêncio.

"Words are very unnecessary
They can only do harm.
Enjoy the silence."
(Depeche Mode)


Guimaraes Rosa disse: Forte é permanecer, queito. E disse também que o silêncio é a gente mesmo demais. De um tempo pra cá, passei a apreciar o silêncio. É no silêncio que a gente consegue se ouvir. Se enxergar, se buscar, se entender. E muitas vezes, o silêncio é muito mais sincero. As vozes dos outros, em demasia, atrapalham de ouvir nossa própria voz. A qual, muitas vezes, é a que realmente importa.
Egoísmo? talvez.. mas a verdade é que o que te deixa tranquilo consigo é a sua própria voz. Aquele que se restringe aos pesamentos, que não verbaliza, que é a real. Aquele que não se sente bem sozinho é porque não tem clareza dos seus valores. Cai em contradição, se trai.. precisa da aprovação (ou reprovação) alheia. Ou quem fala demais, precisa provar aquilo que nem mesmo ela acredita. "Eu me transformo naquilo que eu digo".
Por isso que a mentira é tão ruim. Porque é a palavra que legitima o que é real ou não. Se foi dito, passa a ser verdade. Pelo menos, é assim que deveria ser. Se alguém diz que gosta de vc, vc acredita. Para que dizer isso se não é verdade?
Parece simples. Mas nem sempre é assim.
Realmente, a sinceridade está mais no silêncio do que nas palavras. Elas são desnecessárias perto do vazio do silêncio.
O Silêncio incomoda por isso. Porque é real. Porque é sincero. Porque nos permite ouvir nossa própria voz. O momento mais difícil de se reconhecer não é perante os outros, mas consigo. É aí que os conflitos se apertam e temos que dar satisfações pra tal consciência.
Tem horas, que penso que alguns não a têm. Mas nunca saberei. E nem quero.
Prefiro me preocupar com a minha própria. Em aprender a ouvir o meu silêncio. A me sentir demais. Me entender cada vez mais e a partir daí (tentar) fazer as coisas certas e talvez, entender o outro.

Tenho me esforçado para não rir das ações humanas.
Por não deplorá-las, nem odiá-las.
Mas por entendê-las.
(Spinoza)

segunda-feira, junho 09, 2008

Esclarecedor...

Depois de um longo e tenebroso inverno de ausência, volto a ativa com um textinho de (in)utilidade pública! Divirtam-se..

ah! e qualquer semelhança com a vida real NÃO é mera coincidência!




Canlhas e Cafajeste,diferença entre eles...

Muitas mulheres (e homens tb!) confundem um homem canalha de um homem cafajeste . Por isso resolvi colocar uma lista de diferenças entre os dois seres:

1-) O canalha transa com uma garota e sai contando pra todos os seus amigos pra tirar vantagem e descarta ela da sua lista. O cafajeste transa, conta só pra seus amigos mais chegados, mas mantém contato com a garota. Afinal ele pode precisar dos seus favores quando tiver na seca.

2-) O canalha sai beijando todas que ve pela frente na balada. É muito legal ficar disputando com os amigos quem beija mais (afinal seu cérebro parou de se desenvolver aos 14 anos de idade). O cafajeste escolhe uma só, a mais interessante. Fica com ela a noite toda, troca até contatos, por que se não sair do lugar pra transar com ela, vai transar num outro dia.

3-) O canalha não sabe tratar bem uma mulher. É grosso, mal-educado, destrata pessoas humildes ou empregados como prova de superioridade. O cafajeste sabe quando e que intensidade agradar. Compra chocolate, bichinhos-bonitinhos-de-pelúcia e leva a restaurantes finos, com o único objetivo de fazer a mulher se sentir valorizada e assim alcançar seu objetivo, sexo.

4-) O canalha é burro. Seu senso crítico limita-se a análise do gol mais bonito da semana ou de qual a mais gostosa do Big Brother. O cafajeste sabe se virar em qualquer assunto, se é necessário discutir sobre a moda da estação na frente de mulheres ele vira um estilista, se a garota é fã de Chopin ele se torna um frequentador de concertos, etc

5-) O canalha adora aparecer. Estufa o peito na frente das mulheres, faz piadas prontas, é o amigão de todo mundo e só sabe contar vantagem. O cafajeste não precisa de auto-promoção, o boca a boca é feito pelas próprias pessoas que estão ao seu redor. Ele se adapta ao ambiente mudando sua personalidade de acordo com a ocasião. Ou seja, um é pavão o outro camaleão.

6-) O canalha mente. O cafajeste omite.

7-) O canalha não sabe elogiar (ou xavecar, como se diz em sampa). Quando o faz é tão ruim que se torna uma cantada de pião, “uau, que gata!”, “que delicia”, “o la em casa”. O cafajeste sabe elogiar os pontos-chaves da mulher, “nossa, lindo o seu cabelo”, “que sorriso”, “você emagreceu?”.

8 -) O canalha não sabe cuidar de mais de uma mulher. Acaba confundindo nomes, esquece de ligar pra uma, dá mais atenção pra outra, deixa pistas, etc. O cafajeste sabe tratar todas por igual, quando não está afim de sair com uma ele liga ou manda um sms “bonitinho” pra não perder contato. E mesmo que a mulher saiba que ele é um cafajeste, ele a faz crer que é especial e que pode rolar algo sério.

9-) O canalha deixa pista. Seu scrapbook é lotado de recadinhos de mulheres, no subtitle do seu msn ele cita nomes de mulheres, seu celular está cheio de mensagens comprometedoras e sua mãe sempre entrega o jogo (”o x saiu com uma amiga”). O cafajeste apaga todas as pistas, seu scrapbook é apagado diariamente, o msn tem nicks abrangentes que podem ser adaptados pra qualquer uma (”Que saudades de você”), o celular nunca tem mensagens, e sua mãe é grande aliada pois ele sempre diz pra ela que foi na casa de um amigo.

10-) Canalha é substantivo, cafajeste adjetivo.