sábado, dezembro 30, 2006

Feliz Olhar Novo...



Há dias estou enrolando pra fazer esse último post do ano. Pensei em fazer uma retrospectiva dos fatos. Pensei também em fazer um elogio a todas as pessoas que foram importantes durante o ano. E pensei até em colocar um texto pronto, um bom texto, mas pronto – e impessoal.
O fato é que um ano, embora a gente insista em dizer que passa muito rápido, é tempo pra caralho! E quando chega essa época do ano, a sensação que predomina é a dos acontecimentos recentes, o que pode resultar em um julgamento parcial do pobre 2006. Enfim, tentarei fazer um breve (?) reflexão cuja conclusão, eu já sei.
Logo em janeiro, fui assaltada. E depois de várias pessoas falarem, falarem e falarem, eu aprendi que não se deve carregar TODOS os seus documentos na carteira. Duvido que todas essas pessoas que falaram não carregam a vida dentro da bolsa, ou carteira. Mas elas falam mesmo assim. E a conclusão final é – o mundo é assim, a imprudente foi você, minha cara.
Enfim, passou e depois de um longo e tenebroso inverno, eu pude ter meus documentos de volta. E incluir nas coisas que eu odeio, a burocracia.
Mas nada como voltar aos ares Unicampeiros para ter ânimo pra mais um ano. Definitivamente, eu amo aquele lugar. Em especial, como eu amo aquele IEL. Ouso dizer que amo até aquele vento incessante que perdura por todos os dias do ano. E como eu amo as pessoas que aquele lugar colocou na minha vida.E amo tanto, que tive um semestre “semi-presencial” só para poder compartilhar momentos da amizade na Arcádia. Foi nesse primeiro semestre que surgiu a entidade Baticum. Foi nesse semestre que pela 1ª vez, eu colei uma prova inteira (Francamente poxa, Lingüística românica e histórica!) Foi nesse semestre que eu descobri que a ironia tem nome e sobrenome: Sírio Possenti. E que é possível ficar com dez de média em uma disciplina sem freqüentar as aulas. (até agora ainda não entendi, mas também, não questionei) E foi nesse semestre também que eu descobri que uma professora pode se transformar em uma grande amiga, e que um dia, estaríamos comendo coxinha e bebendo cerveja juntas.
E foi nesse semestre que “no meio de tanta gente sem graça eu descobri você”. Talvez hoje, minhas amigas digam que ele também é sem graça. Talvez um dia eu também venha a achar. Mas não hoje. Não agora, quando tenho que refletir sobre esse ano. Mesmo que não tenha durado muito, mesmo que não tenha sido recíproco. Mas foi essencial pra me desligar de um passado que já não fazia mais sentido (aliás, ele nunca fez sentido) e me fez perceber o que eu realmente quero no quesito “relacionamento”. A principio, decidi nunca mais de relacionar... bem, nunca mais é muito tempo. Mas..se for pra não ser como eu acho que deve ser “I’m better off alone”.
Perdemos a copa do mundo, e o mais interessante: não foi espanto para ninguém.
Pela primeira vez recebi um convite de casamento em meu próprio nome. Sim, minhas amigas estão se casando. E como foi lindo ver ela trocar as alianças com aquele que ela chama de “amor da minha vida”.
E como foi divertido passar esses dias de férias com amigas que se tornaram tão especiais nesse ano de 2006. Com tantas diferenças, uma passional a outra pé no chão, uma madura outra mais mimada, uma mais dedicada a outra relapsa. Enfim, em meio a tantas diferenças, vimos que é simplesmente impossível uma viver sem a outra.
Já algumas pessoas são totalmente dispensáveis. E por fim, tenho certeza que o que me estressa não me interessa. Por que os amigos sabem quando vc precisa deles mesmo quando vc não fala – ela te salva a vida fazendo o ônibus esperar enquanto “vc faz prova”. E o último banco de um ônibus da São Bento pode render boas e longas conversas. Algumas mentiras também, mas sempre muitas risadas, e pérolas e mais pérolas. E aprendi que o melhor das férias é rever uma grande amiga que mora longe! E tem aquelas também que são companheiras de todos os dias, de alegrias e de reclamações. E, caraca, como eu amo tudo isso!
Descobri que nunca é tarde pra realizar um sonho de consumo. E que, às vezes, nem é tudo aquilo que esperávamos...Percebi que cada um devia tomar conta do próprio nariz. Mas tem gente que adora se preocupar com nariz dos outros (literalmente). Que meu nariz é grande, eu já sabia, eu sempre soube (afinal, ta na cara!) eu só não sabia que incomodava tanto! E me diga, o que são defeitos físicos perto da falta de caráter? Eu aceitaria uma amiga gorda, com o cabelo oxigenado, e com o olhar que parece vesgo. Mas eu não suporto uma amiga que tem falsas ideologias, que tem o ego maior que a pança, e que trai namorados e se faz de vítima. Mas pra ser bem sincera, não me preocupa que meu nariz incomode a quem se diz tão incomodada com a minha existência na terra, porque essa pessoa acha que é ela quem me incomoda, mas não, ela só me dá náuseas.
Como diria Joseph Climber, a vida é mesmo uma caixinha de surpresas. E qualquer um no trabalho eu que eu estava ficaria desanimado, desmotivado, sem vontade de cantar uma bela canção.. Mas tudo pode mudar, e de repente vc recebe o reconhecimento da onde menos espera. E mesmo reclamando tanto, a verdade é que eu me realizei na sala de aula. (apesar da 7ª2) .
E essa segunda metade do ano, foi de correr atrás e de muitas mudanças. Novo Centro Acadêmico. Novos planos e muita vontade de mudar. E bem.. fazer 20 anos não é tão ruim. Principalmente, quando essa data serve pra vc perceber o quanto tem gente boa a sua volta. E que esse sentimento é sincero.
Tirei um 5,7 de Literatura que foi minha nota mais sincera do ano (salvo, o dez de gerativa que foi suado!). Muita gente reclamou, esperniou, mas fazer oque? Era a nota que eu merecia mesmo. O mais difícil, a meu ver, foi engolir que nem sempre dá pra levar a matéria nas coxas, e que existem professores que são sérios. Comecei um projeto de iniciação científica. E agradeço a minha orientadora, por todas as vezes que eu cheguei a sala dela achando que estava tudo uma bosta e ela me deu animo pra continuar. E eu vou continuar.
Engraçado como podemos encontrar pessoas bacanas em lugares inesperados, e essa segunda metade me reservou a descobertas de pessoas ótimas. Que rendem boas conversas tanto no MSN, quanto ao vivo, e que topam até um programa aparentemente miado! Outras, antes parecia ser apenas um colega sério, mas que se mostrou parça também. E até o meio de trabalho, que era o mesmo há quase dois anos, me mostrou agora no final, amigos, pessoas que não me tratam diferente pela idade a menos, pelo contrário. Respeitam minha opinião e reconhecem o meu trabalho. E descobri que os amigos que restam de histórias passadas são os que realmente importam. Mesmo que eles não mudem o tal jeito deles, aprendi a gostar deles como eles são. E aprendi também que como é bom redeescobrir a família. E que a chegada de novos membros podem servir pra te fazer refletir sobre muitas coisas.
Não sei se agora, nesse exato momento, é o melhor momento pra fazer um balancete do ano.Há um misto de sensação de dever cumprido e cansaço... Acho que todo mundo se sente cansado no final de ano, não é mesmo? Afinal, são tantas coisas: trabalhos finais, conselho de classe, amigo secreto, confraternizações, cartão de natal, presentes, shopping lotado... Sinto como se os dias acontecessem sem que eu nem sentisse e fosse fazendo as coisas meio que por inércia. Paralelo a isso, as relações humanas. Como é difícil “agradar”. Como diz minha mãe, por mais que se faça, nunca está bom! Usando o bom e velho clichê: nem cristo agradou a todos. Cristo... e por falar em Cristo..houve o tempo em que o Natal era dia de comemorar o nascimento de Jesus Cristo, hoje é dia de vender Chester. São tantas mudanças – valores, conceitos, crenças.. por isso que todos os anos faço um balancete da minha vida. Com o objetivo de observar os prós e os contras do ano que passou. Em que eu mudei, aprendi, piorei, errei ou acertei. Por que? Ah.. sei lá, hábito, superstição. O objetivo inicial é que depois desse balancete eu possa planejar um novo ano “perfeito”, humanamente impossível, eu sei.Entre os emails de final de ano, um era do professor de literatura francesa. E ele cita um trecho de Proust, “Em busca do tempo perdido” no qual ele percebe de repente, em um dia de ano novo, que o vento que sopra sobre as folhas é o mesmo, é exatamente o mesmo dos outros 364 dias do ano... e se dá conta de que a vida, apesar de todos os seus desejos de felicidade,de que a vida será sempre a mesma, ou pior.
Um ano nunca vai ser perfeito, afinal, são 365 dias...seria chato se todos os dias fossem perfeitos, mas sem um ideal, nós desistimos de continuar. ( e foi por isso que eu votei, e grite: É lula de novo!)
Por fim, parafraseando o texto que eu tinha pensado em colocar aqui, não desejo a vocês um ano novo só de alegrias, ele será como todos os outros, terá problemas, terá dias ruins. Mas eu desejo que vocês tenham um olhar novo para esse próximo ano, porque esse “ano novo” existe dentro de vc e só depende de vc. Feliz Olhar Novo a todos!
E o meu "Muito Obrigada" a todos que de alguma forma fizeram parte da minha vida nesse ano!
Amo vcs!

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Qualquer beijo de novela me faz chorar..


Já passou a tpm,
mas ainda assim.. ando tão a flor da pele..
e percebi que não sou só eu!
Seria o Natal??
Bom.. lá vai então, pras amigas que compartilham o sentimento!
Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar,
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar flor na janela me faz morrer,
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final.

Um barco sem porto,
Sem rumo,
Sem vela,
Cavalo sem sela,
Um bicho solto,
Um cão sem dono,
Um menino,
Um bandido,
Às vezes me preservo noutras suicido.

Às vezes me preservo noutras suicido.

Oh sim eu estou tão cansado,
Mas não pra dizer,
Que não acredito mais em você
Eu não preciso de muito dinheiro graças a Deus
Mas vou tomar aquele velho navio,
Aquele velho navio..

Um barco sem porto,
Sem rumo,
Sem vela,
Cavalo sem sela,
Um bicho solto,
Um cão sem dono,
Um menino,
Um bandido,
Às vezes me preservo noutras suicido.
Flor da Pele- Zeca Baleiro

terça-feira, dezembro 26, 2006

Ela é simplesmente, uma Diva!


Antes de fazer o meu último post do ano, (se é que vou fazê-lo), venho mais uma vez falar de uma pessoa que foi um presente nesse ano de 2006!
Sabe, um dos meus defeitos é ser meio desconfiada. As vezes, sem querer, evito boas amizades, por desconfiar sei lá do que. Podem até dizer que seja traumas, mas não é não, sempre fui assim, desde pequena. E como já encontrei muita gente fdp pelo caminho, acabou sendo cômodo evitar novas amizades e por conseguinte, evitar novas decepções. Uma medida prática, mas, que as vezes, pode fazer com que eu perca a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas.
Quando eu conheci a Helo, ela era amiga de uma outra amiga. Me lembro da primeira vez que a vi, não achei que pudesse ter a importância que hoje ela tem na minha vida, e naquela época, eu não sabia também, o quanto essa "outra amiga" era absolutamente dispensável.
Por sorte, não permiti que a minha "desconfiança" me impedisse que esses olhos azuis passassem a iluminar minha vida, e desde então tenho aprendido tanto com essa menina aí, que não sei mais como seria minha vida sem ela.
Porque a Helo é daquelas que tem a palavra certa, na hora certa. E também, aquela que mesmo sabendo que vc vai dar uma bela de uma cabeçada, não vai soltar os cachorros como se fosse a dona da verdade,(afinal, vo faze o que? vo matá? NÃÃÃÃO!) mas ela vai falando com seu jeitinho carinhoso de psicologa e te faz ver que realmente, vc está prestes a fazer uma cagada! É aquele que ouve suas lamúrias, mas raramente vc a ouve lamentando de algo. Porque ao mesmo tempo que ela é pura emoção, ela é razão, é pé no chão, é olhar adiante. É uma menina que faz voz de criança e gosta de coisas cor de rosa, mas que tem uma força de mulher - de esposa, de aluna, de monitora, pesquisadora, estagiária, e o mais recente cargo: gerente de uma loja chiquérrima de sapatos femininos! É uma amiga que te socorre no trabalho de Linguistica românica, que mata aula de TL inútil, que compartilha o croissant de chocolate, que divide o armário, que escreve histórias na arcádia, que dança "psy" (daquele jeito que só a gente sabe) e que quando vc vê, ela já está fazendo parte da brincadeira sem questionar nem o porquê (mesmo porque, elas nunca tem um porquê) Porque ela é linda, porque ela é a Heloooíííísa (não birigaa comigo), a Heloca, Heloucura, Helerda, porque ela é Senhora Heloísa, amiga Heloísa, porque ela é um Diiva! A mais Diva do Norte do Paraná! ahaha
Linda.. como eu te disse, 2006 foi um ano de descobertas e aprendizagem pra mim, e uma delas foi você. Porque eu encontrei em vc cumplicidade, carinho, alegria e principalmente, muita amizade!!! é ou não é ou não é? É!!!!!!!!!!
Então, olha soam.. Tenha um Feliz Aniversário, cheio de gordisses, de abraços, de sorrisos, de bençaos, de sonhos e que esse próximo ano possa ser de realizações, de conquistas, e de mais sonhos!!!
E que nossa amizade tenda a crescer ao infinito matriculado, porque eu NÃO ACEITO mais viver sem vcs! =]
Te Amo,cosita maxixerouslinddaaaaaa!!
E estou com vc sempre, seja como for!

Foi tanta água, que meu boi nadou!


"O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove*

Chover chover
Valei-me Ciço o que posso fazer
Chover chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê

Chover chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
Chover chover
Já que meu olho cansou de chover
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê

Meu povo não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso serão tem melhora
O céu tá calado agora
Mais vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera**

Bombo trovejou a chuva choveu

Choveu choveu
Lula Calixto virando Mateus
Chover chover
O bucho cheio de tudo que deu
Chover chover
suor e canseira depois que comeu
Chover chover
Zabumba zunindo no colo de Deus
Chover chover
Inácio e Romano meu verso e o teu
Chover chover
Água dos olhos que a seca bebeu

Quando chove no sertão
O sol deita e a água rola
O sapo vomita espuma
Onde um boi pisa se atola
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola**

Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que amarrotou
Foi tanta água que meu boi nadou"
(Chover, Cordel do Fogo Encantado)

Eh... seu boiadeiro, por aqui chove pra caralho! :)

sábado, dezembro 23, 2006

Feliz (?) Natal




Caraca.. dia 24 de dezembro de 2006.. véspera de natal. Há alguns anos eu esperava ansiosamente por esse dia! Tenho a sorte de ter uma grande família, e como tenho uma grande família, Natal era um motivo para nos reunir. O destino era certo: casa da vó Izabel. E lá, nos reuniamos! Vinha parentes de todos os lados, e até mesmo aqueles que já fazia um bom tempo que eu não via voltavam como se nada tivesse mudado, como se sempre estivessemos juntos.
Reunir a primaiada pra jogar queimada, barra manteiga, dançar coreografias ensaiadas (de gosto musical duvidoso) brigas de criança, sempre um neném novo para paparicar, e é claro, muita comida - todas devidamente providenciadas pela Dna Isabel.
Pra mim, seria assim pra sempre! Todos os anos nós estariamos juntos na casa da vó Isabel. E eu iria gostar de Natal pro resto da vida.
O tempo foi passando.. e quando se perde o ar de criança durante o amadurecimento, junto com ele, perde-se o encanto do Natal - aquela magia de comemorar o nascimento de Cristo, de montar arvore, escolher um presente, e até mesmo o lendário Papai Noel, mesmo eu não tendo lembrança de ter acreditado fielmente nele, ele fazia parte daquela magia. Magia que aos poucos se perdeu, e, que, ao meu ver, transformou-se em um dia de vender chester.
Não sei se as crianças de hoje em dia se sentem como eu me sentia no Natal. Torço que sim. Mesmo que elas saibam que o papai Noel não existe, eu espero, de coração, que elas sintam alegria em ver o Natal se aproximar, pois eu tenho esperança de que o natal possa voltar a fazer sentido pra mim quando eu tiver que criar esse mundo mágico para as minhas crianças.
Não tenho mais toda minha família reunida no Natal. Não jogo mais queimada na rua, e nem mesmo, espero ansiosa por presentes. Sinto uma tristeza.. ou melhor, um pesar, por mais um ano que se foi, e uma cobrança que eu mesma me faço para que o próximo ano seja melhor.
Mas, mesmo assim, peço a Deus que hoje todos possam sentir-se felizes, seja por uma palavra de carinho, ou por um sorriso, ou por estar perto de quem se ama. Que o Natal possa ser feliz, e que cada um faça o possível para que ele seja. E que comecemos a nos preparar para os planos que essa fase de recomeço anuncia.
E a todos que foram especiais pra mim nesse ano, eu desejo um ***FELIZ NATAL! ****

"Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas,
nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo.
Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre"
Drummond. (dizem que foi ele.. vá saber..)


sexta-feira, dezembro 22, 2006

Arre, estou realmente farta!


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

(Poema em linha reta, Alvaro de Campos)

domingo, dezembro 17, 2006

Ai que loucura!!!!



Chegou a vez de falar de mais uma sagitariana!

Meu ceticismo não permite “acreditar” nesse tal de zodíaco.. mas, ao mesmo tempo que parece ser nada a ver, tem horas que faz todo (?) sentido. O fato é que minha relação com as pessoas nascidas sob o signo de Sagitário é totalmente ambígua: Admiro-os demais pelo carinho, pela alegria, pela maneira como valorizam e se preocupam com os muitos amigos que eles têm. Mas por outro lado, sempre entramos em conflitos, afinal, os sagitarianos são conhecidos também pelo exagero e pela franqueza (exagerada), e eu, com meus pés no chão e senso crítico, puxo a cadeira dos sonhos sagitarianos e bato de frente com a franqueza. Isso tudo pode gerar conflitos, mas gera também uma amizade sincera, sem meias palavras onde todo sentimento é de coração e verdadeiro.

E foi assim com a Marita, e é assim também com essa pessoa de quem vou falar agora, para tal, terei que mudar o dialeto (rss)

Orra véi,

Foi em 2004, um ano de tantas transformações, de sonhos realizados, de conquistas e de mudanças. Pessoas novas, com histórias de vida até então desconhecidas começaram a fazer parte da minha vida. Ainda lembro do primeiro TAPIOCALL: cerveja a 1,00, nós inventávamos passinhos e tirávamos sarro das pessoas. No dia seguinte, ela me deixou um recado que dizia algo mais ou menos assim,(eu vou começar mais ou menos assim..sotuson jijeiii) “te declaro parçaaaa oficial de balada da faculdade” e daí pra frente foi só ladeira.hahahaha

Mal sabia eu que ela não seria só uma parçaaa de baleirorrrr mas alguém que faria parte da minha vida, e que mesmo sem conhecer direito, em meio a esse mundo horrível, eu sabia, eu sempre soube que ela tinha uma bom coração e que ela seria uma boa amiga. O nome dela.. bem, a princípio, Cristiane, automaticamente Cris, logo depois, Kistriane, e hoje ela é a Kirs, e então eu descobri uma pessoa que consegue me contagiar de todas as formas, sejE com suas palavras engraçadas (ah cositaaaaa maxiliiiindaaa), suas manias de tocrar as letras das palavras (Não GUDRA, Birlho, Rios, peixes, Ponte Petrinha que é macaquinha...) suas expressões tão, tão.. e o tanto????????? Ehhhhhh uma loucura...Uma pessoa que consegue imitar a voz das foguentas, que adora nos divertir e se divertir com a gente, que dança o tararaawww, que faz o melor patê de atum, que corobora com as gueeerdisses, que incentiva os p. feeeerrrte (ahh serelepeeeeeeee) e tem coisas que só a gente entende!

Vei, foram 3 (trei) ano, de muita história pra contar, já fizemos campanha pra ir pra França, (DOI R REAU), Já fomos Bissete... (não, não somos mais bissetess), já demos 360º no laguinho da Unicamp, já rebentei a chinela, cai no buraco, e fiz vcs passa mal de rir, já game over no seu outro aniversário, já choramos.. de tanto rir! E já choramos. E já falamos todas ao mesmo tempo sem entender nada. E já ficamos tensa e mi nervosa, e quando eu achava que tudo ia dar errado, vc olhou pra mim e disse: vc é nossa esperança! Hahaha

Já chegamos na voadora (de saia), já dançamos tudo que era possível, já engordamos, emagrecemos, ..haha mas sempre continuamos Divas!!! Afinal, Somos “uma Diva”!

E com tantas diferenças, de opiniões, de partidos políticos, de gostos acadêmicos, e de balada, e de opções e escolhas..encontramos tantas afinidades que eu não sei explicar. É incrível, como A gente só se olha! E eu não consigo imaginar minha vida sem essa nega com esse cabelo Pocahontas irritantemente liso e natural e esse sorriso com ar de menina.

Vc já faz parte de mim, do meu dia a dia, da minha história, da minha vida.

E hoje, eu só agradeço a Deus, por ter colocado alguém tão especial no meu caminho, e eu rezo para que Ele a abençoe trazendo muita paz, muita alegria, muitos risos, muita tequila, muita sorte (mai que soooorte) muitA Birlho, muito Sucesso, muitas realizações (realizaaaaaaa! Essa é veia, hein?) Muito Amorrrrr! E que esse novo ano da vida seja muito melhor! E que os seu futuro seja Birlhante!***

Saiba que sempre, terá em mim, uma amiga! E se precisa, chama noi que a gente já chega na voadooooora, véi!!!

Vamo que vamo!!!

E pra terminar: As arveres ... samo.. nozes.

Te Amo, cosita!

Feliz Aniversário e tudo de bom!!!!

quarta-feira, dezembro 13, 2006

"Somewhere over the rainbow.."


Um dia de notícias não muito agradáveis. Não para mim particularmente. Mas que consegue achar “agradável” péssimas notícias para as amigas? É, como diria o ator que narra a história no Joseph Climber: “Mas a nossa vida é uma caixinha de surpresas”, e morar numa cidade que é um praticamente um feudo não é fácil. Sou formada na Unicamp.. ta e ai? Isso não interessa por aqui..por aqui e em muitos outros lugares, afinal quantos professores de inglês fizeram Letras? A onde se formou tal tradutor? Ninguém quer saber.. o que pra nós é um sonho, pra eles, tanto faz! Aqui reina o coronelismo e a política ainda é a do pão e circo. Porém, infelizmente, isso não acontece só na pacata Jaguariúna de 35.000 mil habitantes, afinal, o Maluf não foi o deputado mais bem votado??

Política, Politicagem.. quem entende?

Mas voltando ao meu dia, que começou com notícias não muito agradáveis, de repente, me vi correndo contra o tempo: o que é melhor não fazer ou fazer mal feito? O “anjinho” dizia: Não fazer. E cabeçuda foi e fez. O resultado, não sei. E nem quero pensar, alguns passos, o papel no escaninho e agora sim, férias! Férias? Bem, Unicamp agora só 27 de fevereiro de 2007, mas a vida Severina continua. E como conseguimos rir tanto? Não sei..Muito calor, muito. O carro não tem ar condicionado. Escolas enormes, bonitas.. “Hum, queria tanto dar aula aqui..” E lá vai as três patetas com o currículo na mão. Formação: Unicamp. Será que isso importa??? Um, duas,...seis escolas. Calor, muito calor. Sede.. e bem, fome, é claro. Mas ainda assim, muitas risadas!!! E eis que surge a padaria: duas coxinhas e duas coca-colas.. e lá fora, o céu escurecia, a chuva vinha para levar o calor. Depois do céu escuro, o arco-íris. Gosto tanto de arco-íris!! E não que existe beleza em meio ao caos? Otimismo? Ah sei lá, estava lá.. um dia do cão, mas estava lá, na minha frente.. um lindo arco-íris!

"Somewhere Over the Rainbow
Em algum lugar além do arco-íris
Way up high
Lá no alto
There's a land that I heard once
Há um lugar do qual ouvi falar uma vez
In a lullaby
Em uma canção de ninar
Somewhere over the rainbow
Em algum lugar além do arco-íris
Skies are blue
O céu é azul
And the dreams that you dare to dream
E os sonhos que você ousa sonhar
Really do come true
Se realizam de verdade"

É essa vida Severina me rende boas risadas! :)

Digo e repito: Ser feliz cansa!!!

(e incomoda)

Foto: As três patetas

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Mai que sorte,

"Oi, sue ellen,
acabo de salvar seu trabalho em meu computador.
depois que olhei o seu blog de fotos e que pude
associar sua imagem com o seu nome (muito original) e
me lembrei que você literalmente sumiu das aulas."

Lembrete mental: NUNCA DEIXE O ENDEREÇO DO SEU BLOG NA SUA ASSINATURA DE EMAILS.

Depois dessa,
depois de perder toda minha parte no trabalho de LA,
Definitivamente, eu odeio a tecnologia.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Cher Maîtresse chouchou..


Hoje é aniversário de uma pessoal muito especial. E ela é especial porque foi peça fundamental para minha formação. Não só acadêmica, mas de vida mesmo. Então, publicarei aqui o testemunho que escrevi para ela agora pouco no orkut, e aí, ficará fácil entender porque essa pessoa é Formidable!!!

Tinha prometido pra mim mesma que só te faria um depoimento quando fosse capaz de fazê-lo todo em francês. Mas.. pensando bem, essa nossa vida é tão efêmera..(comme les roses..), então, resolvi hoje testemunhar sobre Edilene Narezzi, La maîtresse chouchou!

Durante mais ou menos um ano, o momento mais divertido da semana era quando, duas vezes por semana, íamos ao CEL. Um pouco sedentária, me cansavam as escadas, mas eu sabia que lá em cima teria uma profissional excelente que com certeza teria uma nova piada sarcástica, uma sutil ironia, o temido "Entraîne-vous", o chato do Mr. Blanc, uma imitação de algum bichinho, um "Silence!", uma história de Paris..(ah.. Pari!..) ah, é claro, as vezes, tinha aula de francês também! rss Um ano pode não ter sido tempo suficiente para aprender francês, mas foi o bastante pra fazer uma amizade regada de muito carinho e principalmente, muita admiração! Admiro-te pela competência, pela finess, pelo humor peculiar, pelo carinho de todos os dias, pelas risadas e pelo exemplo de determinação, de mulher, de professora, e de pessoa. Uma pessoa que as vezes se mostra dura, séria, mas que enche os olhos d’agua quando fala do Enzo e da Brahma! Pra mim, Edilene sempre será um exemplo, e mais que isso, um espelho, afinal, quando eu crescer quero ser igual a ela!:)

Obrigada, por me fazer amar ainda mais le français, por me mostrar Le petit Prince (e me fazer pensar.. por “toujour responsable??”) Por me ensinar que Je ne dois pas influencer mes collègues qui ont fait leurs leçons” , por “m’aprivoisée”.

E hoje, especialmente, desejo o melhor pra vc!

Je t’admire, Je t’adore..Bises..

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Lição de vida.

Filosofia:

Essa é a história do mexilhão feio. Era uma vez um mexilhão tão feio, mas tão feio, que todo mundo morreu. Fim.

Patrick Estrela (apud Bruno Büll, 2006 in Perfil Orkut)

domingo, dezembro 03, 2006

Mari-sol, gira gira gira girassol!


Dia 03/12/2006, 04:18 da manhã, uma leve dor nos pés, a maquiagem já borrada, e o cabelo embaraçado e despenteado. Um sonho de valsa na mão e as letras do teclado na minha frente. Vinte e sete letras pra falar o inefável. Como resumir em palavras tanto sentimento? Tenho impressão que nunca será suficiente.Afinal, quando se fala de Mariana, se fala em muito sentimento!

Ela xinga, fica brava, ela xinga, é encanada, e xinga, é ciumenta, e xinga. E xinga sempre porque é uma maneira de extravasar tanto sentimento que existe nesse coração que é do tamanho do mundo. Uma pessoa que tem amigos do Norte ao Sul do País, e não são simplesmente conhecidos. Não. Amigos mesmo!!! Daqueles que, se precisarem, sem dúvida, ela não vai hesitar em lhes oferecer um ombro amigo, uma palavra de alento, e muita atenção.

Marita é conversa no último banco do busão. È risada, é pérolas, é balalaica. É Diva, e É Vadia. (afinal, é só um trocadilho de letras) É Francês. É Delta Blues.É Marx. É PT. É Creedence..ela vai me matar por isso, mas é “Por Onde Andei”..rsss É Baticun, É Batata com peidonese, É gritos pela janela do carro, É rituais de cumplicidade e descarrego no alto da colina, é um orgulho, é terapia a dois no MSN.. desde comunidades bestas do orkut, até questões filosóficas como o nosso dilema diário: será que vou casar???

Caraleo... quantas histórias pra contar!!! É impossível contar minha história sem falar em Marita! Ela faz parte do meu dia-a-dia, ela faz parte da minha história, dos melhores momentos da minha vida, ela faz parte de mim! Embora ela sempre duvide, e tenha medo de estar incomodando, e blá blá blá! Rsss

Hoje, faz 24 anos que essa menina com ar de Branca de Neve veio ao mundo. Hoje ela é uma mulher, uma professora, uma socióloga, uma petista, e acima de tudo, uma grande amiga- amiga pra caralho, daquelas que chegam na voadora, que xingam, que se preocupam, que se orgulham!!!!!

E que nossos pezinhos continuem a caminhar a juntos por muitos outros e outros anos. E de preferência, de mãos dadas.

Se eu pudesse ter falado, “Olha, eu quero que esse dia seja assim..” eu diria pra que nesse dia pudéssemos dançar como se ninguém tivesse olhando, gritar sem nenhum motivo aparente, cantar uma música de qualidade, e se divertir como nunca.

Pois é, tem coisas que Deus faz pela gente.

E com certeza, esse novo ano, sem dúvida, será de muitas realizações e toda felicidade do mundo que vc merece!

Marita - companheira, exagerada e acima de tudo, verdadeira..

............ TE AMO.........

Beijos, Pechena.

sábado, dezembro 02, 2006

"Escrever é tornar-se o homem a quem se recusa a última réplica"


Já disse Barthes um dia.. "escrever é tornar-se o homem a quem se recusa a última réplica".
Cada pessoa, faz sua própria leitura sobre um determinado texto. E na poesia, onde tudo é tão subjetivo, tão pessoal, tão abstrato.. não seria diferente.
Como vcs podem conferir, o excerto do Fernando Pessoa gerou alguma.."polêmica" hehe As defensoras do sentimento e do amor já me deixaram bem claro que o amor não é esdrúxulo, muito menos, ridículo.
Pois faço questão de me defender, e ousando mais, defender Fernando Pessoa, ou melhor, Álvaro de Campos. Se a minha interpretação é a que ele pensou que teríamos quando ele escreveu este poema, eu não sei, nem nunca vou saber, mas nada impede que eu crie minhas hipoteses.

"Todas as cartas de amor são
Ridículas
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
(...)
As cartas de amor, se há amor,
têm de ser,
Ridículas.

Mas, afinal,
só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
é que são
ridículas.
(...) "

Adoro esse poema, adoro porque ele fala do amor do jeito que eu gosto: bonito, mas sem idealizações.
Todos somos ridículos quando amamos, e isso não é ruim! Apenas faz parte! Se vc ama, e nunca se sentiu ridículo por alguma atitude, ou falta de atitude, é porque na verdade vc não amou! E toda demostração desse sentimento que é esdruxulo, SIM! - Exagerado, esquisito.. faz com que façamos coisas que nunca antes faríamos.. - será, naturalmente, ridículo. Faz parte ser ridículo, ser exagerado, e por que não, esdrúxulo!
E depois, quando acaba, a gente sente é falta de se sentir ridículo, de rir sozinha, de corar o rosto com um sorriso, se sentir "raivinha", "ciuminho" de ser piegas, de odiar o medo de não odiar - a verdade é que hoje/as minhas memórias dessas cartas de amor/, é que são /Ridículas.
E afinal, ridículo, em um sentido negativo, são as pessoas é que nunca escreveram uma carta de
amor!
Não espero conseguir fazer as pessoas enxergarem "o amor"com os meus olhos, mas nós já sabemos que ele não é como pintava o romantismo, mas nem por isso, deixa de ser belo. É belo ao seu modo, esdrúxulo.. e ridículo.