sábado, março 22, 2008

Estou numa fase ótima. Há muito tempo não sei o que é o ócio. Gosto dessa movimentação: os dias passam rápido, as horas mais ainda.. a cabeça ocupada, produzindo, vendo resultados. Nem mesmo o meu delicioso hábito de dormir durante as tardes e também, de acordar tarde nos fds tenho mantido. Sempre algo pra fazer, pra concluir, pra resolver. No fim, bate um misto de cansaço e satisfação que é muito bom!
Eu poderia começar a reclamar: da falta de tempo, do excesso de trabalho, da incompetência das pessoas.. do cansaço e etc. Afinal, as pessoas adoram reclamar. É incrível como elas sabem se fazer de vítimas. Mas, diante de algumas coisas que tenho observado, só posso ter mais certeza de que manter-me ocupada é o melhor a se fazer.
Espanta-me como tem gente que se diz tão ocupada e sem tempo pra nada mas que tem tempo o suficiente pra ficar criando hipoteses sobre a vida, o caráter e a personalidade alheia!!!!!Colocam-se no patamar dos semi-deuses e concluem que suas verdades são absolutas.
É.. pensando bem, pra quem tem um mundo tão limitado, fica fácil ter como referência só a si. E aí, vem aquele monte de autoafirmações...
Já discorri não apenas uma vez sobre o que penso sobre as auto-afirmações... é simples: quando vc precisa provar demais o que vc é, significa que no fundo, nem mesmo vc tem essa certeza. Acredito que esse seja um comportamente natural quando se tem 13 anos, vc busca uma afirmação, quer se definir no grupo, e por isso, se auto-afirma o tempo todo. Mas depois de uma certa idade.. já fica rídiculo.
"Ou pelo menos, o que me leva a agir não é o que eu sinto, mas o que eu digo." É.. Clarice soube muito bem descrever as fraquezas humanas.
Lamento por aqueles que se consideram imutáveis, invencíveis e absolutos. A cada dia, aprendo algo novo, conheço novas pessoas, ouço uma nova música, descubro um novo detalhe no meu rosto, tenho uma nova visão sobre um determinado assunto. Não sou a mesma de 5 anos atrás e Deus me livre de continuar a mesma nos próximos 5 anos. A mediocridade me apavora.
Por fim, apenas lamento. Pois aqueles que se julgam tão únicos, verdadeiros e sem falahas, decepcionar-se-ão apenas com eles mesmos, porque vão se dar conta de que (pasmem) são iguais a todos os outros reles mortais: como as mesmas falhas, os mesmos defeitos.. é, aqueles que vc tanto apontou e criticou. Os mesmíssimos.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa sua reflexão me vez lembrar (não sei se lembrar é a melhor palavra uma vez que a tenho tempo todo em mente, arrependidamente), dos atos de uns dias pra cá...sabes muito bem, conhece muito nossos erros, fraquesas entre outros pontos francos...Os amigos, oh amigos, que seriam de nós sem suas sinceridades...?!...Esse texto me lembra as minhas reflexões dos últimos dias, de duas semanas pra cá..."será que estou certo?" O que é estar certo? Acredito que seja o respeito com o próximo...(teorias, sempre teorias)...é dificil nos limparmos de nossos "vícios medíocres" mas cá estamos refletindo, nos esforçando...e que tenhamos forças...e que nos perdoem os erros, como nos esforçaremos para perdoá-los, perdoá-los pelas incopetencias. Até que pontos somos os super competentes? até que ponto somos perfeitos mesmo para escrever um texto a respeito da incompetencia alheia? Da introspecção alheia, das teorias alheias, das auto-afirmações? Até que ponto um texto como esse não é uma auto-afirmação?

Grande bjoo linda...adorei
TE ADMIRO MUITO..!!!

Aline Câmara disse...

Ai, eu tbm odeio gente que só sabe reclamar da vida...
é lógico q, em certos momentos, eu tbm penso em reclamar, td mundo pensa... mas aí eu lembro q tem gente q passa fome, mora na rua, não tem pai nem mãe, não te nada... nada! E vejo que eu sequer tenho direito de pensar em reclamar da vida que tenho. Problemas todo mundo tem, mas a partir do momento que você passa a dar menos valor a eles, percebe que na sua vida há mto mto mais coisas a agradecer.
isso sem contar q gente reclamona é chato DEMAIS! Ninguém aguenta! heheheh

Talita disse...

Eu odeio gente que só reclama da vidaaa! Me monitoro sempre pra não fazer o mesmo!
beijos