domingo, fevereiro 04, 2007

Quase


Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor: está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros o perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é um romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em si.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, pois embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)


O texto já virou clichê mas eu continuo gostando :)
Foto: Kirs.. amiga alto astral, que faz acontecer!

Um comentário:

Anônimo disse...

Sue,
Vc sabe que meu alto astral não tá mto alto ultimamente, né?!
E como vc tb sabe, os dias que eu fico feliz, eu fico feliz MESMO, a ponto de parecer superficialidade...
Mas eu te garanto que não é!!!
Pq só quando a gente tá mto triste ou passa por fases difíceis, é que a gente aprende a dar valor nos momentos bons e alegres...

Leve isso com vc, valorize cada momento bom da sua vida, ria à toa, chore qdo for preciso, cale, ouça, sinta, vibre com momentos especiais, sonhe, admire, se tiver que sofrer, sofra, se tiver que conquistar, lute, se tiver que pedir perdão, pense nas suas atitudes e avalie a situação pra tomar qquer decisão, não se desvalorize, não se diminua, nem se menospreze!!!

Cada dia tenho aprendido uma coisa: SÓ DEPENDE DA GTE!!!
Ser feliz, aceitar/engolir/amar as pessoas, e não viver em função desse MARDITO quase... Odeio o quase!!! grgrgrgr

E que sua vida não seja resumida a isso... A quase ser feliz, quase ser amiga, quase ser sincera, quase triste, quase isso, quase aquilo...

SEJA VC POR INTEEEEEEIRO!!!
Te amo...