segunda-feira, agosto 03, 2009

"Eu lembro da moça bonita da praia de boa viagem...


Quando se tem 23 anos, já está formada, solteira, tem um emprego fixo e mora na casa dos pais não resta outro objetivo na vida senão viajar. (chato, né?) Minha mãe insiste para que eu tenha um patrimônio (?). Na verdade, ela quer é que eu compre meu próprio carro para parar de usar o dela, mas ela não entende que, na verdade, eu estou contribuindo para o meio ambiente evitando o consumo exagerado, afinal, uma casa de três pessoas não precisa de dois carros né? =)
Tá, o carro faz parte dos meus planos, mas é difícil pensar em ter um carro diante desse mundão de meu deus que está aí, à disposição, pra gente conhecer.
Quando eu poderei fazer isso senão agora? Sou jovem, tenho meu salário que não é muito mas que pra mim, é suficiente. Vou deixar para fazer isso quando for casada, quiser ter filhos e comprar uma casa própria? Não, né? Por isso, adio os planos do carro e penso sempre em um frase que li não sei onde: tem muito mundo nesse mundo e eu não quero ficar aqui.
Depois de ter dois celulares roubados em menos de seis meses, penso que o vale dessa vida são mesmo as experiências. Me roubaram o celular, mas ninguém será capaz de roubar o que vi, vivi e senti na última semana..

Estive em uma Terra em que em pleno junho já faz um sol de rachar às 9h da manhã. Uma terra em que as pessoas usam a pretônica acentuada. Ok, explico para os não linguístas: estive em Récife!!!!
Embora seja filha de Pernambucana, foi a primeira vez que pisei neste estado e nem mesmo fui a terra da minha mãe, uma cidade chamada Petrolina.. mas com certeza, hei de voltar. Gosto de me apaixonar por cada lugarzinho que passo.. e gosto mais ainda quando volto com aquela vontade de querer voltar.
Os planos não eram ir pra lá. Eu ia pra Buenos Aires. É difícil competir com a rede globo, não houve cristo que fizesse convencer as pessoas de que tanto faz estarmos aqui como na Argentina, as chances de pegar a tal gripe era a mesma.. assim, pra evitar maiores conflitos mudamos de plano de última hora. E a escolha não poderia ter sido melhor, afinal, eu sou uma amante do verão e foi muito bom encontrá-lo durante o inverno!

Quero falar-lhes então do Recife que não está no Guia 4 rodas, mas do recife que eu vi e me apaixonei!

Uma praia onde as pessoas não tomam sorvete, tomam caldinho. Confesso, não tive coragem, era muito calor para encarar um caldo de feijão. Mas comi carne de bode! Pra quem tá fazendo cara de nojo saibam que ao molho madeira e com fritas é uma carne deliciosa! Aliás, comemos muito bem sempre! Desde os frutos do mar até a carne de sol, com macaxeira ou queijo coalho, enfim.. ô terra de comida boa!
Conheci um velhinho na praia de boa viagem que vende arte feita em côco e que apesar de ter que trabalhar debaixo do sol com seus 60 e tantos anos ainda assim é capaz de fazer piada com a vida. Como ele mesmo disse, o tempo está louco, não se tem mais estações e ele nos contou que na seca de 84, urubu voava com uma asa só pq a outra era para se abanar!
Não podíamos deixar de ir a um forró né? Mas se enganam aqueles que pensam que o forró de Recife é igual ao daqui. Nada de rodopios, piruetas e manobras arriscadas. O negócio é o rala-coxa. Juntinho! haha "mijador com mijador" Ao meu ver, bem melhor! Inclusive pra quem não sabe dançar muito bem! é só se deixar levar..
Pra quem tem aquela visão preconceituosa do nordeste, saibam que as baladas não são só de forró. Aliás, a melhor baladinha que fui lá, era um pub! Chama-se UK! Um lugar muito estiloso! Com um fumódromo de paredes roxas e um banheiro com puffs e ar condicionado. Fumódromo! Todo lugar em Recife tem um fumódromo!! E como eu era acompanhante de uma fumante, por incrivel que pareça, foram lá que rolaram as principais amizades.
Uma praia cercada de arrecifes, que não só nos protegem dos tubarões, mas também nos proporciona uma paisagem singular.. parecem lugares diferentes, na maré cheia e na maré seca. Duas praias em uma só.
É um lugar também onde os garçons sempre te tratam bem, até mesmo a loucura de um fast-food como o habbibs tem mais calor humano. Lembro-me do nome do garçon, Inácio! E a simpatia foi tanta que ele nos convenceu a comprar um sorvete que nem mesmo tomamos.
E como esquecer o simpatissíssimo segurança da balada, Cristiano, que ganhou até um abraço na despedida! Alguém se imagina abraçando um segurança na balada em São Paulo ou Campinas? Não né? Pois é.. não sei porque, mas eu confiava nas pessoas de lá. As caronas, as dicas.. não conseguiamos ver maldade. Sorte? Talvez.. mas prefiro acreditar que as pessoas sejam boas mesmo! Afinal, depois de cada enrascada que nos enfiamos, tenho bons motivos pra achar que as pessoas são realmente boas!
O mocinho do hotel que descolou um quarto clandestino no último dia já depois do check out, o guia que arrumou a carona pra gente quando nos perdemos no grupo lá em Olinda, o recepcionista do hotel que sempre explicava quais os ônibus que tínhamos que pegar, o tiozinho da lojinha que me tratou tão bem quando soube que eu era filha de pernambucana, o nosso amigo Márcio que levou pra conhecer Porto de Galinhas e aquele lugar maravilhoso chamado Pontal de Maracaípe. O Guia Melque que nos levou pra conhecer Jhonny People! O casal com a história de amor mais engraçada que eu já vi - a Pernambucana que não sabe inglês e o Americano que não sabe português, Coca e Carl. Pessoas que conversei por.. meia hora, somente, ou pouco mais, e talvez não verei mais.. mas que me mostraram um mundo que as revistas de viagem não são capazes de mostrar.

Pois se vc for a Recife, aprecie suas cores, conheça suas novas palavras, ande pela maior avenida em linha, visite o segundo maior shopping da américa latina e se encante com essa cidade mais linda do mundo!

quarta-feira, julho 08, 2009

Estava com o livro aberto sobre o colo. Há dias não conseguia parar de lê-lo. Já conhecia a história, o cinema já havia lhe mostrado. Não se importava em já saber o final. Aliás, não entendia essa mania das pessoas em "ah-não-pode-contar-o-final".. As vezes, o livro é tão envolvente em outros aspectos, que o final pouco importa. Ou até mesmo a história já revelada no filme. Não elimina a surpresa de quando vc se encontra com o narrador, aquele que é capaz de te fazer pensar no que nunca tinha pensado, ou então, ler o que nunca conseguiu escrever. O narrador é o único capaz de despir o homem das máscaras, sem culpa, sem julgamentos.
E foi assim, viajando pela história já conhecida que leu "provavelmente, só num mundo de cegos é que as coisas são como verdadeiramente são."

Pensou em quantas vezes olha no espelho durante o dia. Ou então, por que todas as pessoas precisam de um espelho em suas casas. O que tanto é preciso conferir? Lembrou ainda da maquiagem do dia a dia, que esconde as marcas reais do rosto, que cria uma aparência que não é a sua. Para quê? Os esmaltes que cobrem as unhas, as tintas que falseam a cor dos cabelos. As roupas que valorizam isso, escondem aquilo, alongam, encolhem, disfarçam. Qual o propósito de todo esse disfarce do qual ninguém escapa. Repito, NINGUÉM. Se não é na aparência, é no modo de dizer, no estilo, na expressão. Quais são os esforços pra sustentar uma imagem para os outros. Para os olhos alheios, olhos julgadores, implacáveis. Como não podem enxergar a si, julgam o outro. E assim, nos esforçamos pra agradar ao julgamento.

E se não pudessemos ver? Só assim para conhecermos as verdades?
A verdade é que ninguém é capaz de enganar-se completamente.
Ela sabia que podia cobrir com a maquiagem aquela olheira, mas jamais apagaria a noite do sono perdida. Poderia se esforçar para sempre encontrar o seu melhor ângulo nas fotos, e poderia até mesmo se iludir achando que aquela era sua verdadeira aparência. Mas jamais esquecerias suas próprias imperfeições. Tentamos ser cegos o tempo todo. Cegos para consigo. E quem sabe fingindo que não vemos nossas falhas, os outros possam esquecê-las também.

"Se tu pudesses ver o que eu sou obrigada a ver, quererias estar cego"
Pois a única que poderia ver, se depara com a verdade humana e deseja estar cega.
E não é assim que somos? Cegamo-nos nas encenações do dia a dia. E a qualquer princípio de verdade..
Fechou o livro. Porque não queria continuar a ver.

sexta-feira, julho 03, 2009

1 minuto.

É muito ou pouco?

Na aula de jump é muito.
"A música tem só dois minutos". Impossível, ela leva uma eternidade!! Quando vc acha que já faz tres horas que está pulando a professora diz: "Só falta um minuto!!" - Ou seja, mais outra eternidade!!
No semáforo também.. o vermelho dura um minuto, enquanto o verde, apenas 3o segundos. E quando não tem nenhum movimento na rua, parece que ele demora mais ainda! É como se a vida estivesse passando e vc lá, assistindo, parada no semáforo.

Nos comerciais também é muito.. aquele monte de baboseiras que querem te convecer a comprar o produto levam mais tempo do que todo o capítulo da novela, do filme, do jornal, enfim, seja lá o que vc está assistindo. E é impressionante como é caro um minuto na televisão, não? Assim sendo, ele só pode durar muito..

Mas as vezes, um minuto é quase nada. Passa imperceptível.
Quando vc está atrasada e gostaria que um minuto durasse o tanto que dura no comercial da Tv, é obvio que ele não dura.
Quando vc toca o despertador e vc quer dormir só mais um pouquinho, só mais um minuto! Ele não vale de nada. É o abrir e fechar de olhos.
Igual a um minuto de ligação no celular, é o tempo suficiente pra dizer "oimãetochegandobeijomeliga"
É o tempo de deixar queimar algo no fogão,
de perder um ônibus,
de passar a velocidade permitida no radar.
Em um minuto pode acontecer coisas definitivas ou nada.
Vc pode levar um multa ou não conseguir resolver o problema do speedy.
Pode fazer um amigo ou magoar alguém.
Pode fazer emocionar a muitos com um discurso ou criar inimigos com duras palavras.
Pode fechar um super negócio ou arruinar toda a sua fortuna.
Pode ter uma ideia brilhante ou perder o trabalho de onze páginas.
Pode viajar no tempo e lembrar de várias coisas passadas, pode ler uma notícia ou a previsão do horóscopo.
Em apenas um minuto. Um, aparentemente, insignificante um minuto.

Somos cercados de detalhes que desprezamos e assim, esquecemos a importância que eles podem ter para nós. Um olhar de um minuto, uma palavra de um minuto, um beijo de um minuto.. podem durar a eternidade ou esvair no espaço como uma bolha de sabão.

Pra mim. Um minuto vale muito. Mesmo que não valha.


sábado, junho 20, 2009

10 motivos pra odiar o frio.

1) O frio dói. Doem os dedos, as articulações, o rosto com o vento gelado.
2) Engorda. Não tem outra coisa para se fazer se não comer. A única coisa que tenho vontade de fazer no frio, é comer! E não é comer frutinhas, saladinhas, tomar suco.. não!! só mesmo coisas calóricas pra aquecer o coração: chocolate, capuccinos, bolos, fondue, enfim.. tudo que seja extremamente calórico!
3) O banho. Primeiro trauma: tirar a roupa. Segundo: esperar o chuveiro ficar bem quente. Terceiro e pior: Sair do chuveiro. E para nós, mulheres, com cabelos compridos. A coisa é ainda pior, pq a não ser que vc queira morrer de sinusite, não dá pra ficar com o cabelo molhado. Assim, não existe o "vou tomar um banho rápido e vou sair".. o banho é um planejamento! Tem que ter tempo hábil para todo o ritual e ainda tempo suficiente para secar bem o cabelo com secador.
4)O Vazio. Nunca tem ninguém em lugar nenhum. As pessoas não saem de casa! Preferem ficar em casa, vendo filmes, comendo (engordando). E para aqueles que querem sair: coragem!!!
5) A roupa. Há os que dizem, "as pessoas ficam mais chiques no inverno". Até concordo.. botas de cano alto são chiquérrimas, casacos sobretudo e cachecóis também. Mas acho um SACO ter que colocar mil roupas pra ser feliz. São duas meias, meia calça, calça do pijama, calça jeans, blusinha, cacharrel, casaco, cachecol. Fico parecendo um boneco, todos os movimentos ficam limitados. Fora que.. na rua, frio, dentro dos lugares, calor. Então, tira blusa, coloca blusa, e assim vai...
6) Ser solteira. Não tenho alguém pra ficar abraçadinho. Logo... não vejo vantagem nenhuma nesse clima que favorece o romantismo.
7) O acordar. Sair debaixo das cobertas é quase como sair do útero. É parecido ao trauma do banho, e quando vc acorda às 6h, quando ainda não tem sol e até mesmo a neblina persiste.. a vontade é de desistir da vida.
8) Os resfriados e similares. Para quem é alérgico, sabe do que estou falando. O tempo seco e os lugares fechados são um veneno. São longos meses com o aspecto de quem sempre está resfriado e o grande companheiro de bolsa é o lenço de papel. Impossível viver sem ele! Espirros, espirros, tosses, dores de cabeça, dores de garganta.. uam delícia!
9) O bode. Os únicos passeios legais para se fazer nessa época são passeios de casais. Não preciso nem explicar o resto né? (vide ítem 6)
10) A preguiça. Não dá vontade de trabalhar, não dá vontade de ir a academia, não dá vontade de sair, não dá vontade fazer absolutamente NADA. Só de ficar embaixo da coberta, dormindo ou então de comer. Tédio absoluto.

Eu acredito que essa preferência "frio ou calor", tem muito a ver com o astral da pessoa. Pelo menos pra mim é. Preciso do Sol. Adoro o calor, ver as pessoas pela ruim, ir a praia, tomar cerveja gelada, sair com o cabelo molhado, sair pela noite sem blusa...

E ainda nem começou o inverno!
que passe bem, mas beeeeeeeeeeem rápido!

segunda-feira, junho 15, 2009

Breve, mas pleno.


ele perdeu o charme.
ela perdeu o encanto.-

"Vamos parar por aqui antes que a gente perca o respeito?"
[óbvio que era um dia de chuva.]

Se isso fosse uma fábula, teríamos uma lição: amor não mata, mas morre.


Publicado com a autorização da autora, Carol, do blog http://www.quaquaraquaqua.blogspot.com/

Ela escreve pácaraio! :)

domingo, junho 14, 2009

Desabafando

Esperei tanto pelo feriado! Quatro dias.. Q-U-A-T-R-O.. pra descansar, divertir.. relaxar.. certo?
Depende, se vc é uma pessoa esperta sim, mas se vc é uma teimosa, feito eu, que insiste em coisas que não dão certo, pode ser que não..

Que pessoa, em sua perfeita sanidade mental e com a intenção de "relaxar", teria a magnífica ideia de ir ao shopping em plena quinta de feriado véspera de dia dos namorados? Sim, sou eu, essa que vos fala. Conclusão: fila no estacionamento, fila pra pagar, vendedoras com má-vontade, muitas pessoas, crianças chorando, nenhuma mesa na praça de alimentação.. uma delícia. Isso porque não fui no shopping mais "popular", ainda assim, levei preciosa uma hora para tirar o carro do estacionamento. Consegui comprar o que queria? Consegui. Mas precisava disso tudo?
Some-se a isso ao fato da minha mãe TODAS as vezes chegar na fila da loja no momento em que tinha ACABADO de sair.. logo, esperei por todas as filas DUAS VEZES. Porque desgraça pouca é bobagem.. então, tem mais.

Sexta-feira, o tal dia dos namorados. Curiosamente, esse ano não estive tão incomodada com ele. Já foi bem pior.. talvez porque em outros anos eu estivesse "apaixonadinha" e quisesse estar com o objeto da paixão, mas.. como não tinha ninguém que eu queria que estivesse no posto de namorado, superei bem as lojas do centro da cidade repleta de corações e anúncios de presentes. E, vejam só, até mesmo fui presenteada por meus "namoradinhos" com chocolates Mundy :)
A noite seria perfeita: balada com as amigas solteiras! balada nova, com gente diferente, amigas animadas..
Ledo engano.
Ouvi tanto sobre essa balada e estou procurando por ela até agora.. tá o lugar é bonito, sim até é.. mas não vi nada de diferente das baladas de campinas. Aliás, vi sim. Um bar caríssimo, um pedágio a mais e uma longa viagem de carro. Mas do resto, mesmas músicas, mesmas cantadas furadas, a mesma molecada.. ainda assim, seria bom beber e dar risada. Seria. Seria se realmente tivesse sido uma balada de amigas para se divertir, mas às vezes, o divertimento das pessoas consiste em "caçar". Mais uma vez, "tenho me esforçando para não rir das atitudes humanas."

Sábado!! Nada como um dia após o outro né? O sábado sim, esse seria o dia! Finalmente, conseguiria me divertir! Acho que vou abandonar a noite, e usá-la para dormir, já que os dias têm sido melhores. A tarde foi muito legal! Cerveja, amigos, risadas! Tudo como nos velhos tempos (que não são tão velhos assim) da Praça Brasília.
Por um momento, realmente achei que a noite seria boa. E em partes foi, rever quem deixa saudades é sempre bom! E ver como a Claudinha ficou feliz por estarmos lá me fez bem também.
Só não é legal vomitarem no seu carro. Só não é legal esperar no carro quando está frio e vc só quer dormir quando vc já avisou que ia embora. Só não é legal todas as vezes vc ter que encarar a estrada, com sono, cansada e etc. Só não é legal quando vc definitivamente não aguenta mais balada. Essa é a conclusão. As vezes, vc tolera as coisas em função do divertimento, mas quando vc não se diverte mais, as coisas tornam-se absolutamente insuportáveis.

E agora, nesse domingo, são 18h20, ainda estou de pijama, comendo pipoca e fazendo nada. Demorou para que eu me desse conta de que muitas vezes a plenitude está em fazer nada. Reservar um tempo pra si. Eu comigo mesma. Absolutamente egoísta. Sem ter que preocupar com mais ninguém além de mim.
Permanecerei assim até o fim do dia. E isso sim é o que me fará bem!! Pra aguentar mais uma semana..

E que venham as férias! Por favor!

Prezada Mulherzinha,

Se existe alguém que pode falar o que vou falar para você, sou eu. Então, por favor, tenha a humildade de admitir que sei o que estou falando. Pois o que eu te direi é duro, mas poderá te fazer um bem enorme.
Chega. Chega de se comportar assim. Como se estivesse lutando pelo posto de rainha da bateria. De Miss Maravilha do Mundo. Basta de ataques, dessa competitividade suburbana eu sou a melhor, eu sou a mais alta, eu sou a mais gostosa do pedaço. Ninguém tá ligando a mínima se você corre 10 quilômetros ou se aplicou Botox nessa sua testa sem expressão. Ou se você é assim porque ainda não passa de uma menininha que quer ser mais perfeita do que a mãe, conquistar o amor do pai e ser a primeira da classe. Esse teu afã psicopata de vencer todas as paradas só te deixa ridícula. E me faz querer usar um termo que odeio: coisa de mulherzinha. Mulherzinha é que tem essa mania de estar sempre desconfiada das amigas, porque todas teriam inveja do seu corpão e do seu cabelão estilo falso-loiro-natural-cinco-tons. Lamento informar, querida, que ninguém sente inveja de você. Por isso, chega de dizer por aí que, para não atrair olho grande, é bom ficar de bico fechado sobre a tal possível promoção que você terá no trabalho. Relaxa, ninguém está a fim de ser você. Tente, portanto, ser você com mais leveza. E lembre-se: esse negócio de dizer que não se pode confiar em mulheres só comprova que você é uma pessoa maliciosa. Sendo que isso está longe de ser porque você é fêmea.
Quando vejo você tagarelando sobre seus feitos sexuais, sinto-me num filme ruim sobre ginasianas americanas. Todas fanhas e excitadas. Chega, tá? De azucrinar os outros com essa sua boca-genital lambuzada de gloss, cuspindo baixos-clichês, simulando uma modernidade que você não tem. Nunca mais caia no ridículo de fazer "sexo casual" com nenhum tipo de homem, mais velho ou mais novo, casado ou solteiro, porque todo mundo já sabe que você finge tudo. Que goza, que não se sente fácil, que não liga quando os caras não telefonam no dia seguinte. Seja honesta uma vez na vida: confesse. Que você não é nada tão wild quanto se vende. Que não sabe falar tão bem inglês assim. Que fez escova progressiva. Que tem dermatite. E enfim você terá alguma paz, pois se reconhece humana, e não a barbie boba que você procura ser. Acredite: idiotice só te faz charmosa para os cafajestes. Se continuar assim, nunca vai aparecer aquele cara bacana que você gostaria que aparecesse; para lutar por você, até te conquistar, e destruir essa tua linda silhueta com uma gestação de 15 quilos.
É triste, amiga Mulherzinha, mas você terá que abrir mão da máscara de rímel que cobre a sua verdade.

(Fernanda Young, Revista Cláudia.)

quarta-feira, junho 10, 2009

Cenas da Comédia da Vida Acadêmica

Quarta-feira chuvosa e fria, véspera de feriado prolongado, fim de tarde.
Aula de Tradução Português- Francês. Ou seja, para cursa-lá é preciso algum conhecimento em língua francesa. Logo, em cultura francesa, certo?

A professora corrigia a prova, tradução do texto "Un hemisphére dans une cheveleure", poema em prosa de Charles Baudelaire. (tenso)

Estava distraída quando ouço:

- Você fez Letras?
- Sim, fiz.
- Vocês estudam "esse cara"?
- Eu conheço, mas não estudei a fundo não..

- Ah.... Ele é importante?

.....


Despeço-me, sem mais.

quarta-feira, junho 03, 2009

10 coisas que vc encontra no meu quarto

Já faz tempoo que o blog http://www.dacordasuapaz.blogspot.com/ me deixou um MEME.. bem, não entendi muito bem o real sentido dessa expressão, mas gostei muito do que ele fez.. que foi dizer as tais 10 coisas que se encontram em seu quarto.. como ele me indicou, cá estou para fazê-lo também!

1) Uma cama que me acompanha há quase vinte anos. Sim, me lembro como se fosse hoje o dia em que ela chegou a minha casa e em troca, eu abandonei a chupeta. Uma estratégia do meu pai que deu muito certo, desde então, essa cama me acompanha por muitos sonos.

2) Um edredon. Esteja frio ou calor. Não importa, sempre terá um edredon. Jamais um cobertor, pois além da cama, a rinite é uma companheira também de longa data..

3) Várias caixinhas com coisinhas. Nunca vi alguém com tanta capacidade pra guardar coisinhas. Lembrancinhas de festas, convites, embrulhos de presentes, cartões, enfim.. vou tentar presonificar as memórias. Talvez seja medo de que um dia elas deixem de existir.

4) Papéis. Muitos papéis. Textos, recortes de jornal, provas, redações, cartas, anotações, lista de supermercado, lembretes.. enfim. Papéis que não tem mais fim.

5) Livros. Todos mal organizado e espalhados. De "O Pequeno Príncipe" a "Un Souffle de vie" da Clarice Lispector, passando pelos best sellers como "Código Da Vinci" e os teóricos como "Análise do Discurso - princípios e procedimentos". Li todos? Vc acredita que não? Tem uns que estão novinhos... vá entender..

6) Um mural laranja com ímãs de carinhas que não está pendurado na parede. Está apoiado na parede, mas já tem fotos! Da melhor amiga, da turma da facul, da irmãzinha, dos meus pais... já basta! =)

7) Um quadro de fatos que também não está pendurado. (qual meu problema?) Lá tem a foto do dia do trote em 2004, a festa de formatura, os amigos especiais: de longe, perto, recentes e antigos. Adoro essas fotos. Minhas companheiras de memória..

8) Um travesseiro baixinho e fino. Também companheiro de longa data.. quantas lágrimas, quantos vestígios de maquiagem, quantas noites de sono profundo e outras sem dormir (poucas, graças a Deus). O mais cúmplice de todos. O melhor conforto do silência.

9) As paredes. Confidentes, que acompanham os devaneios, as falas sozinhas, os medos e as alegrias. Acompanham e escondem-nas.

10) Sempre um par de sapato. Uma bolsa. Um secador de cabelo. Um celular pra despertar. Algum par de brinco.. vestígios do dia a dia, do meu humor, do meu espaço, do meu mundo!

Reflita:

"A maior covardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intençao de ama-la".

segunda-feira, maio 11, 2009


Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia ...

Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:- "Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz..."

domingo, abril 26, 2009

Minha mãe é...




É aquela que é péssima para acordar as pessoas. Ela chega falando alto, abrindo a janela e dando bronca: "Você vai chegar atrasada!!". Ela também não é lá muito delicada para dar más notícias. "Ei, acorda, seu avô morreu". É.. bom dia pra você também, mãe..


Ela é também uma pessoa desastrada. Um sorvete sem derrubar na roupa, não é um sorvete! E por falar em sorvete, como ela gosta de um! Mesmo durante a dieta que ela vive fazendo, não abre mão de um sorvete!


Minha mãe é capaz de dar os maiores foras, do tipo, deixar pra fora de casa minha amiga que vinha do Paraná. Por que ela fez isso? Nem ela sabe! É também muito cara de pau - pechincha, pede, cobra. E quer saber? Ela sempre consegue! Sempre!


Eu, racional. Ela, impulsiva. Eu, penso duas vezes antes de fazer. Ela, faz duas vezes antes de pensar. Eu, sossegada. Ela, totalmente acelerada, caapaz de fazer mil coisas ao mesmo tempo. E apesar de parecermos tão diferentes, cada vez que eu derrubo o sorvete na roupa, eu percebo o quanto somos iguais.


Ela erra caminhos, não entende piadas, não gosta de cozinhar, adora perfumes e puxa o saco do meu irmão mais novo.Em todas essas imperfeições, ela se torna perfeita. Por que? Porque é a minha mãe!




(Foto: As duas mulheres que mais admiro na vida - Jundiaí, Natal de 2008)

sábado, abril 18, 2009

O amor sem remédios e o remédio do amor

É uma pena que esse sermão do Pe. Antônio Vieira não seja um dos mais comentados em sala de aula. Nem mesmo na faculdade, onde tive praticamente um curso inteiro sobre Vieira, falamos sobre ele. Reconheço que os outros tratam de temas mais polêmicos, envolvem política, a crítica a Igreja, a sociedade, enfim, temas considerados "importantes". Mas o que eu realmente gosto na literatura é quando percebemos o quão humana ela é. Como ela é capaz de transformar coisas banais em motivo de reflexão, de como ela é capaz de mudar o nosso olhar para com as coisas do Mundo.. Pois nesse sermão Vieira vai falar sobre o amor sem remédios e o remédio do amor, ele anuncia o início do evengelho dizendo que muitos dos que estão ali buscam a cura de uma efermidade. Assim sendo, o amor também é uma efermidade e como todas as outras coisas, há de se remediar. Qualquer outro diria que as dores de amor são mínimas perto das grandes enfermidades.. mas.. pensemos, de todos que estão em uma Igreja, quantos não sofrem da enfermidade do amor? Posso garantir que muitos não têm lá grandes enfermidades para pedir por ela, mas não há aquele que nunca tenha enfrentado a famosa dor de amor.. que inspira poetas, que melodia músicas e aflige humanos.

Assim, falando sobre os remédios para o amor, Vieira nos lembra que há aquele que é o amor sem remédios.. o amor perfeito, que resiste a todas essas remediações: o Amor de Cristo.
Ahh se todos os padres, pastores, guias espirituais, whatever, fossem como Vieira.. que a Igreja é um lugar pra tratar de assuntos divinos sim, mas também, de assuntos humanos. E que os dois podem conviver!

Vejamos então um pouco do que ele disse:
(...) O primeiro remédio que dizíamos é o tempo. Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos. Baste por todos os exemplos o do amor de Davi.
O que era desejo se trocou subitamente em dor; o que era cegueira, em luz; o que era gosto, em lágrimas; e o que era amor, em arrependimento. E se tanto pode um ano, que farão os muitos?
Estes são os poderes do tempo sobre o amor. Mas sobre qual amor? Sobre o amor humano, que é fraco; sobre o amor humano, que é inconstante; sobre o amor humano, que não se governa por razão, senão por apetite; sobre o amor humano, que, ainda quando parece mais fino, é grosseiro e imperfeito.


Bem, mas aqueles que sofrem sabem como é custoso esperar as ações do tempo. Comparando o amor a qualquer enfermidade, hum.. vejamos, a gripe! Sim, a gripe.. sabemos que para sarar de uma gripe é preciso esperar.... uma semana ou menos. Mas apenas esperar, pra que ela passe. Ora, e tudo que pensamos é: falta muito pra passar? Então, o tempo é eficaz, mas é sofrido. Será que não teria algo mais rápido, Viera?


(...) O segundo remédio do amor é a ausência. Muitas enfermidades se curam só com a mudança do ar; o amor com a da terra. E o amor como a lua que, em havendo terra em meio, dai-o por eclipsado. À sepultura chamou Davi discretamente terra do esquecimento: Terra oblivionis (Sl. 87, 13). E que terra há que não seja a terra do esquecimento, se vos passastes a outra terra? Se os mortos são tão esquecidos, havendo tão pouca terra entre eles e os vivos, que podem esperar, e que se pode esperar dos ausentes? Se quatro palmos de terra causam tais efeitos, tantas léguas que farão? Em os longes, passando de tiro de seta, não chegam lá as forças do amor. Seguiu Pedro a Cristo de longe, e deste longe que se seguiu? Que aquele que na presença o defendia com a espada, na ausência o negou e jurou contra ele. Os filósofos definiram a morte pela ausência: Mors est absentia animae a corpore. (6)E a ausência também se há de definir pela morte, posto que seja uma morte de que mais vezes se ressuscita. Vede-o nos efeitos naturais de uma e outra. Os dois primeiros efeitos da morte são dividir e esfriar. Morreu um homem, apartou-se a alma do corpo: se o apalpardes logo, achareis algumas relíquias de calor; se tomastes daí a um pouco, tocastes um cadáver frio, uma estátua de regelo. Estes mesmos efeitos ou poderes têm a vice-morte, a ausência. Despediram-se com grandes demonstrações de afeto os que muito se amavam, apartaram-se enfim, e, se tomardes logo o pulso ao mais enternecido, achareis que palpitam no coração as saudades, que rebentam nos olhos as lágrimas, e que saem da boca alguns suspiros, que são as últimas respirações do amor. Mas, se tomardes depois destes ofícios de corpo presente, que achareis? Os olhos enxutos, a boca muda, o coração sossegado: tudo esquecimento, tudo frieza. Fez a ausência seu ofício, como a morte: apartou, e depois de apartar, esfriou.


A ausência. O que mais o ser humano teme, é cair no esquecimento. Comparar a ausência à morte, assusta. Mas convenhamos, sabemos que acostumamos com aquilo que não temos mais. Tudo se esfria. Mais rápida que o tempo, a ausência ainda deixa resquícios no coração daqueles que amam.. ambas deixam motivos para que volte-se a amar. Novamente, a gripe. Ela passa, mas pode voltar não é mesmo? Será que há algo mais definitivo?

(...)O terceiro remédio do amor é a ingratidão. Assim como os remédios mais eficazes são ordinariamente os mais violentos, assim a ingratidão é o remédio mais sensitivo do amor, e juntamente o mais efetivo. A virtude que lhe dá tamanha eficácia, se eu bem o considero, é ter este remédio da sua parte a razão. Diminuir o amor o tempo, esfriar o amor a ausência, é sem-razão de que todos se queixam; mas que a ingratidão mude o amor e o converta em aborrecimento, a mesma razão o aprova, o persuade, e parece que o manda. Que sentença mais justa que privar do amor a um ingrato? O tempo é natureza, a ausência pode ser força, a ingratidão sempre é delito. Se ponderarmos os efeitos de cada um destes contrários, acharemos que a ingratidão é o mais forte. O tempo tira ao amor a novidade, a ausência tira-lhe a comunicação, a ingratidão tira-lhe o motivo. De sorte que o amigo, por ser antigo, ou por estar ausente, não perde o merecimento de ser amado; se o deixamos de amar não é culpa sua, é injustiça nossa; porém, se foi ingrato, não só ficou indigno do mais tíbio amor, mas merecedor de todo o ódio. Finalmente o tempo e a ausência combatem o amor pela memória, a ingratidão pelo entendimento e pela vontade. E ferido o amor no cérebro, e ferido no coração, como pode viver? O exemplo que temos para justificar esta razão ainda é maior que os passados.
E se a ingratidão ressuscita o aborrecimento até nos mortos, como achará amor nos vivos? (...)


Bem, a Ingratidão parece mesmo muito eficaz!!! Nada melhor do que quando não há mais motivos para amar, quando percebe que simplesmente o ser amado não merece o amor. Mas será então que não há uma alternativa menos dolorida para o amor? Sempre deve ser sofrido, doloroso..com separações, rancores, cicatrizes. Será que há uma esperança?

(...)É pois o quarto e último remédio do amor, e com o qual ninguém deixou de sarar: o melhorar de objeto. Dizem que um amor com outro se paga, e mais certo é que um amor com outro se apaga. Assim como dois contrários em grau intenso não podem estar juntos em um sujeito, assim no mesmo coração não podem caber dois amores, porque o amor que não é intenso não é amor. Ora, grande coisa deve de ser o amor, pois, sendo assim, que não bastam a encher um coração mil mundos, não cabem em um coração dois amores. Daqui vem que, se acaso se encontram e pleiteiam sobre o lugar, sempre fica a vitória pelo melhor objeto. É o amor entre os afetos como a luz entre as qualidades. Comumente se diz que o maior contrário da luz são as trevas, e não é assim. O maior contrário de uma luz é outra luz maior. As estrelas no meio das trevas luzem e resplandecem mais, mas em aparecendo o sol, que é luz maior, desaparecem as estrelas. O mesmo lhe sucede ao amor, por grande e extremado que seja. Em aparecendo o maior e melhor objeto, logo se desamou o menor.


Depois de convercer-se de que sarar dessa enfermidade não é nem um pouco fácil (sim, ele me convenceu! rs) Eis uma luz. Melhorar de objeto. Encontrar outro amor. Maior, por consequência, melhor. Capaz de fazer com o que o outro se torne menor, se apague, suma, desapareça. Bem, se é tão bom amar, se é tão bom sentir esse sentimento, não há mesmo melhor remédio para o amor do que outro amor, e o melhor de tudo, não é sofrido. Parece perfeito, não?
A única coisa que o Viera não soube explicar, e nem ele e nem ninguém, é se é possível escolher.
Resta-nos torcer, para poder padecer do melhor de todos os remédios!

segunda-feira, abril 13, 2009

Música deveras conveniente


All I'll can ever be to you
Is a darkness that we know,
And this regret I got accustomed to.
Once it was so right
When we were at our high,
Waiting for you in the hotel at night.
I knew I hadn't met my match,
But every moment we could snatch,
I don't know why I got so attached.
It's my responsibility,
And you don't owe nothing to me,
But to walk away I have no capacity.
He walks away,
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way,
In this blue shade
My tears dry on their own.
I don't understand,
Why do I stress a man,
When there's so many bigger things at hand,
We could've never had it all,
We had to hit a wall,
So this is an inevitable withdrawal.
Even if I stop wanting you
A perspective pushes true,
I'll be some next man's other woman soon.
I couldn't play myself again,
I should just be my own best friend,
Not fuck myself in the head with stupid men.
He walks away,
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way,
In this blue shade
My tears dry on their own.
So we are history,
Your shadow covers me,
The sky above
A blaze
He walks away,
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way,
In this blue shade
My tears dry on their own.
I wish I could say no regrets,
And no emotional debts,
Cause as we kiss goodbye the sun sets.
So we are history,
Your shadow covers me,
The sky above a blaze that only lovers see.
He walks away,
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way,
In my blue shade
My tears dry on their own.
He walks away,
The sun goes down,
He takes the day but I am grown
And in your way,
My deep shade,
My tears dry on their own.
He walks away,
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way,
My deep shade,
My tears dry...
(tears dry on their own)

domingo, abril 12, 2009

Da série: coisas que não fazem mais sentido depois que você cresce

A Páscoa.

Tenho uma família grande. Grande e unida. Já foi mais, fato, mas unida. Logo, datas comemorativas sempre foram motivo de nos reunir. Assim, me lembro de como foi triste o primeiro feriado da Páscoa que não passei junto com todos. Foi estranho. Eu gosto de rituais. Acredito que eles sejam fundamentais para tornar "um dia diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas". Assim, a sexta feira santa sem a torta da tia Maria, não foi a mesma coisa. Não me importava em ganhar muitos ovos de Páscoa, o que eu realmente gostava era isso: estarmos todos juntos, falando alto, brigando, rindo, comendo.. enfim, juntos.
Com o tempo, cada vez menos fomos nos reunindo nesse dia.. e cada vez menos sentido a Páscoa faz para mim.
Em tempos mais católicos, respeitava e seguia toda a simbologia que envolve esse dia, mas hoje, tenho uma outra visão.Ainda respeito, não vou fazer um churrasco na sexta feira da Paixão. Simplesmente porque tem todos os outros mil dias no ano para se fazer um churrasco. Se vc não quer não comer carne vermelha, tudo bem, mas fazer um churrasco é apenas uma afronta. Uma afronta gratuita. Mas o que eu simplesmente não compreendo é a finalidade de tanta simbologia: Por que deixar de tomar refrigerante durante a quaresma? Por que não comer carne vermelha no dia da paixão?De que vale atravessar uma ponte inteira de joelhos? Por que essa exaltação do sofrimento!?

Seria válido se tudo isso provocasse mudança de comportamento. Se depois de deixar de comer carne vermelha, você fosse capaz de pensar também na criança que não ganha ovo de páscoa e do quanto isso é importante pra ela. Se ao atravessar a ponte de joelhos para agradecer uma graça, você se lembre de que não custa nada ir até um hospital arrancar um sorriso de alguém que passou o feriado dentro de um quarto. Ou ainda que ao fim da quaresma, vc perceba que ficar sem tomar refrigerante não é sacrifício nenhum, sacrifício é sustentar uma família com um salário mínimo.

Se a Páscoa seria um momento de renascer, renovar e aceitar a lição de amor deixada por Cristo, penso que os cristão a banalizaram completamente. Escondem-se atrás de um monte de simbologias criadas sabe-se lá por quem e continuam com seu espírito mediocre.

Não sei se posso ainda me considerar católica. Prefiro me considerar apenas cristã. Procuro evitar que os dogmas de uma igreja não me ceguem com relação a lição mais bonita que existe relacionada a essa data: a possibilidade de ressuscitar. Ressuscitar os sentimentos bons, fazer nascer alguém que não existia dentro de você, e aos poucos, servir de exemplo, fazer a diferença.

Feliz Páscoa! Que vcs possam apreciar seus chocolates, curtir suas famílias, amigos, namorados.. e pensar, pelo menos um pouco, no que realmente esse dia significa.

sábado, abril 11, 2009

Salto alto, unhas vermelhas, o gloss fecha o visual maquiado e noturno. Os olhos escuros, o rímel, o blush para dar um ar saudável a pele.. Sai pela porta e deixa o rastro do perfume junto com o barulho das chaves do carro. É um ritual.
Todos os fins de semana, a cena se repete. Prepara-se pra uma noite que já sabe como vai ser..
Não entendia mais porque insistia em seguir esse mesmo caminho se ele parece já não fazer mais sentido.
A bebida faz que com que se enquadre na ditadura da felicidade, ri muito, dança, sente-se invencível, poderosa, absoluta. Tudo enganação. No fim da noite, junto com o sono, a decepção para consigo. Deixou-se levar mais uma vez.. enganou-se por mais um sábado. E fará isso mais quantas vezes?
Não quer mais se sentir obrigada a ser feliz. Queria realmente estar feliz, plenamente feliz. Não queria mais apenas conformar-se com o que tem e acreditar que poderia ser feliz apenas assim. Falta-lhe ambição, aliás, não permitem a ambição. Consideram-lhe ingrata.
Quem consideram? Quem são esses que importam tanto? Que sufocam, pressionam?
Apontam, julgam, determinam em meio a suprema vaidade humana. Julgam-se capazes de afirmar categoricamente o que é melhor para você. E você se esforça para agradá-los.
Estava realmente farta. Não queria mais colocar o salto alto. Não queria mais preocupar-se em impressionar. Não queria mais procurar pelo que não existe. Queria já ter encontrado e então, poder viver outro momento, criar novos rituais, ter novas ambições..
Queria querbar o seu ciclo, seguir um novo caminho, ser uma nova pessoa.
Queria..
falta-lhe coragem. É fraca. E acima de tudo, medrosa. Mais fácil culpar a tudo que a cerca por ser como é.. difícil reconhecer que enquanto puser a culpa n'Eles, continuará assim... vazia.

A palavra é meu domínio sobre o mundo

"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma?"


....


"Eu já começara a adivinhar que ele me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."

...



Por enquanto estou inventando a tua presença

....

O que me atormenta é q tudo é 'por enquanto', nada é ' sempre'“.

....

Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias

.....

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

...

Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.


Clarice Lispector.

sábado, abril 04, 2009

Interessam? ou não?

Houve um tempo em que esse blog era mais movimentado. Costumava escrever sempre, sobre diversos assuntos... ultimamente, "malemá" posto um texto que nem sequer é de minha autoria! Não sei ao certo o que me fez parar de escrever, mas ando meio "sem inspiração". Acho que não tenho mais tanta disposição pra refletir sobre os porquês (os tantos porquês) da vida.
Bom, mas como nunca se abandona de vez uma paixão, volto com um novo texto! voilá!

Mentiras sinceras


Peguei o livro que estava sobre a mesa e passei os olhos pela contracapa: Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.” (Graciliano Ramos)

A palavra foi feita para dizer. Ao mesmo tempo que pareceu uma afirmação obvia tornou-se esclarecedora. É curioso como o obvio ainda causa espanto. Pois então não é assim que deveria ser? Não deveria ser esse o único objetivo das palavras? Dizer. Simples assim.

Dizer, não mentir. Dizer, não enganar. Dizer, não enrolar. Dizer, não falsear.
Pensei em todas as palavras que escuto todos os dias e quais delas realmente diziam alguma coisa. Em quantas delas são absolutamente desnecessárias. E como eu ficaria muito melhor sem nunca tê-las ouvido.

As pessoas se esquecem que a palavra tem autoridade sobre as coisas do mundo. Ou seja, a partir do momento em que é dita, pressupõe-se que é uma verdade. Porém o sentido anda tão banalizado, que os valores se inverteram: partimos do princípio de que é uma mentira. Mentira sincera, mas mentira. Que leva tempo e paciência para atingir o status de verdade.

Falsos elogios. Falsas saudades. Falsos cumprimentos. Que são proferidos por hábito, sem nenhuma consciência do que significam. Azar daqueles que porventura, acreditam.

Pois foi essa última frase que me fez escrever correndo o risco de até mesmo cair nesse mesmo erro. Afinal, as palavras são sedutoras, enganam, confundem, dissimulam... É fácil esconder-se por de trás delas.

Graciliano Ramos refere-se ao ato de escrever, quem já leu uma obra dele sabe bem o porquê dessa afirmação: frases curtas, diretas, intensas. Em uma frase Graciliano é capaz de tocar. Até mesmo seus personagens, Fabiano, de Vidas Secas, não sabe falar, se atrapalha com as letras, mas o narrador é capaz de expor toda sua complexidade interior, sem muitos rodeios... com as mesmas frases simples e definitivas.

E é isso que eu quero: palavras simples, mas definitivas. Que digam, e por dizer, construam realidades.

Cazuza que me perdoe, mas mentiras sinceras, não me interessam.

quinta-feira, março 05, 2009

Lembrei dessa música...

Um clássico. E como todo clássico... bem.. e não é que é? 

Quem um dia irá dizer que existe razão 
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer 
Que não existe razão? 


Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar 
Ficou deitado e viu que horas eram 
Enquanto Mônica tomava um conhaque 
Noutro canto da cidade 
Como eles disseram 

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer 
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer 
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse 
- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir 
Festa estranha, com gente esquisita 
- Eu não tou legal, não agüento mais birita 
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais 
Sobre o boyzinho que tentava impressionar 
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa 
- É quase duas, eu vou me ferrar 

Eduardo e Mônica trocaram telefone 
Depois telefonaram e decidiram se encontrar 
O Eduardo sugeriu uma lanchonete 
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard 
Se encontraram então no parque da cidade 
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo 
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar 
Mas a menina tinha tinta no cabelo 

Eduardo e Mônica eram nada parecidos 
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis 
Ela fazia Medicina e falava alemão 
E ele ainda nas aulinhas de inglês 
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus 
De Van Gogh e dos Mutantes 
Do Caetano e de Rimbaud 
E o Eduardo gostava de novela 
E jogava futebol-de-botão com seu avô 
Ela falava coisas sobre o Planalto Central 
Também magia e meditação 
E o Eduardo ainda estava 
No esquema "escola, cinema, clube, televisão" 

E, mesmo com tudo diferente 
Veio mesmo, de repente 
Uma vontade de se ver 
E os dois se encontravam todo dia 
E a vontade crescia 
Como tinha de ser 

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia 
Teatro e artesanato e foram viajar 
A Mônica explicava pro Eduardo 
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar 
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer 
E decidiu trabalhar 
E ela se formou no mesmo mês 
Em que ele passou no vestibular 
E os dois comemoraram juntos 
E também brigaram juntos, muitas vezes depois 
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa 
Que nem feijão com arroz 

Construíram uma casa uns dois anos atrás 
Mais ou menos quando os gêmeos vieram 
Batalharam grana e seguraram legal 
A barra mais pesada que tiveram 

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília 
E a nossa amizade dá saudade no verão 
Só que nessas férias não vão viajar 
Porque o filhinho do Eduardo 
Tá de recuperação 

E quem um dia irá dizer que existe razão 
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer 
Que não existe razão?


quarta-feira, fevereiro 11, 2009



Ganhei esse selinho do Du, do blog http://www.dacordasuapaz.blogspot.com/, o qual, aliás, é excelente!!! Muito Obrigada, Du! e continue escrevendo seus textos tão suaves e bonitos!!
Bom, agora tenho que continuar né? Seguir as regras.. vamos lá!

1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2- Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3- Indique 10 blogs de sua preferência;
4- Avise seus indicados;
5- Publique as regras;
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras;
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B !

Os blogs indicados são:
1) http://maisqueblablabla.blogspot.com/ (companheira de IEL)
2) http://diantedachance.blogspot.com/ (Diego, já pensou em escrever novelas? rss)
3) http://www.blogdocreco.blogspot.com/
4) http://liquimix.zip.net/ (também parceira de IEL, doutoranda! aliás!)
5) http://complexodepagu.blogspot.com/ (a socióloga que devia voltar a escrever mais..)
6) http://poetasbarrota.blogspot.com/ (meus poetas favoritos)
7) http://perolasdamimi.spaces.live.com/ (só da IEL aqui..rss)
8) http://modeloclassico.blogspot.com/
9) http://junioroliveira.blogspot.com/
10) http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Era uma vez...


No castelo, vivia um princesa. Ela pintava as unhas de vermelho e gostava de fazer caretas na frente do espelho. Ela detesta quando levanta e ainda está escuro, também quando deita já está claro. Igual a quando misturam doce com salgado na comida. Cada coisa no seu lugar, não é mesmo?
Não era uma princesa como as outras. Nem sequer sabia cozinhar e seu castelo, nem era lá aquelas coisas. Ora, será que ela era mesmo uma princesa? Ela mesma se questionava sobre isso, afinal, como poderia ser uma princesa..parecia tão..tão.. normal! Não acordava bem humorada, não sorria a todo tempo, derrubava tudo, quebrava tudo, tropeça, cai.. onde estava aquela sutileza e delicadeza de gestos e atos narradas nos contos de fadas?Com certeza, tinha todos os motivos para duvidar da sua "realeza"...
Poderia não ser uma princesa perfeita como parecem ser as outras... mas sonhava como todas elas. Quando menos se esperava, ela já se via pensando nele. O princípe.. que não viria no cavalo branco, mas que seria aquele capaz de a fazer rir em uma terça feira qualquer. Aquele que implicaria com uma mania sua, ao passo que ela implicaria com o jeito que ele arruma o cabelo. Gostariam da mesma música e odiariam muitas outras. Teriam olhares em comum, através do qual se entenderiam sem maiores explicações. E com o tempo, saberiam até prever qual seria o gesto ou a palavra. E ela gostaria de fazer as coisas para agradá-lo só para depois poder vê-lo sorrir. Em seus sonhos, tinha certeza, de que adoraria vê-lo sorrir. Não precisariam de exageros e declarações apaixonadas, porque já saberiam. Estaria dito a todo momento. E seriam felizes para sempre. Mesmo que o pra sempre... não exista.
Fim!

segunda-feira, novembro 17, 2008

Suspiro

Logo pela manhã o sol já gritava na janela. Era o Verão. Mais um verão. Escondeu as meias no canto da gaveta e fechou as blusas no armário sem nem sequer se despedir. "Adeus, Inverno.."

Estava feliz em receber o verão pela janela mais uma vez. O querido amigo Verão, aquele que sempre traz tantas histórias. As melhores, por sinal! Os melhores fins de tarde, os melhores amigos, as melhores paixões..


"Ahh... o Verão! o que seria da minha vida sem vc? Muito mais sem graça, com certeza!"respondeu a si com toda convicção. O mais triste do verão, é quando ele acaba. Parece que junto com o sol, vai todo aquele vigor, aquela sensação de que tudo é possível, de que não existem amarras e tudo pode acontecer.

Mas não era nisso que queria pensar diante daquele sol. Não queria lembrar dos verões passados. Não queria lembrar do que se sucedeu a eles. Afinal, aquele sol já não era o mesmo. Afinal, ela já não era a mesma. De um verão para o outro, sentia muito mais que um ano.. não dizia como todos, não sentia que tinha passado rápido. Sentiu cada mês desse longo ano. Viveu cada segundo de cada dura conversa. Sentiu pesadamente os dias até cada dor passar. E sorria enquanto tudo isso acontecia e parecia não mais acabar. Viveu cada noite de festa como se fossem intermináveis momentos de alegria.Definitivamente.. nunca esperou tanto por um novo verão.

E esperou poder acreditar nesse novo verão.. e o sol estava ali. Mostrando que ele tinha chegado.

E ela acreditava.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Felicidade?!?

Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que eu faço com a felicidade? que faço dessa paz estranha e aguda que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade.
(O livro dos prazeres, Clarice Lispector)

Quando era mais nova não gostava de ler Clarice. Não gostava porque eu não entendia. E na verdade, ainda não sei se entendo. Ou melhor, sei. Não entendo. Não é para entender. Vc passa a entender Clarice quando vc sente. Parece uma frase "emo", mas é assim que eu encaro a literatura da Lispector. É algo que vc lê, e não consegue guardar pra vc, quer compartilhar, quer discutir, entender... e isso acontece porque ela penetra a fundo no ser humano. Ela teve a coragem de escrever o que todo mundo sente.
Todos nós já fomos como a Lóri em algum momento (senão em vários). O ser humano não gosta de ser feliz, é só ele se sentir feliz e já busca um outro motivo para se chatear. A velha disputa do "quem sofre mais". É mais louvável ser sofrível, ser feliz não é interessante. Todos dizem ser felizes, estarem felizes.. da boca pra fora, na primeira brecha que têm, buscam a mediocridade, algo que os faça querer mais. Mais felicidade.. Esta não está boa. Esse é o vazio.
Fala-se tanto em buscar a felicidade, procure o que te faz feliz, faça o possível pra ser feliz... e, será que ninguém nunca se perguntou se essa busca é eterna? Afinal, nunca ouvi alguém dizer: "Ah, agora sim, estou feliz, não preciso de mais nada." Só vejo pessoas dizendo incessantemente que estão buscando ser felizes..
Creio que todos sintam como a Lóri, na hora que se dão conta de que encontraram a felicidade, sentem um vazio. "E agora?". O que fazer com essa felicidade.. "tá e aí?". E por não se contentarem com ela, vivem na mediocridade, na busca de uma felicidade que não existe, que está sabe-se lá onde, inalcansável.
É difícil assumir as fraquezas humanas. Uma vez que são tantas! E muitas vezes, tão fúteis. Por isso que ler Clarice dói, porque ela fala. E vc se reconhece, mas não quer se reconhecer. Prefere continuar no "jogo do contente".. vestindo as máscaras que nos escondem de nós mesmos.

sábado, outubro 11, 2008

Mire e Veja:

Acordou num sobressalto. Olhou o visor do celular, ainda com a visão embaçada de quando levantamos de um sono profundo. Não era a hora de acordar, ao mesmo tempo, sentiu alívio e cansaço. Alívio por poder passar mais alguns minutos deitada na cama. Cansaço justamente pelo poucos. Os poucos que poderiam ser muitos...
Um novo sobressalto. Perdeu-se. Deixou-se levar. Agora, poucos eram os minutos antes de começar o dia. Enquanto se vestia, uma série de pensamentos vinham a mente.. que dia era mesmo? quais aulas? o material está aqui ou no armário? à tarde, vou dormir.. com certeza.. não quero saber!!!
Aos poucos tudo vai se encaixando.. e o trauma do despertar já não mais pertuba. Seria um dia como outro qualquer..
Seria? Nunca é.
Quando se vive cercado de pessoas, percebe-se que um dia nunca é igual ao outro. Por mais que sejam as mesmas pessoas, a mesma rotina, o mesmo lugar. Cada dia vc descobre algo novo..
Aquele jeito do seu amigo de fechar os olhos quando dá risada que vc nunca tinha reparado. Um novo jeito de pronunciar o "s", ou um trejeito de mão ao contar uma história. Um olhar te atento ao te ouvir, quando vc achava que aquele assunto era sem importância. Ou ainda, um elogio disfarçado, pra algo que parece banal..
As pessoas são realmente fantásticas. Quando vc acha que já as conhece por inteiro, ainda é capaz de se surpreender. Como é capaz de decepcionar também. E assim, os dias parecem iguais, previsíveis, mas surpreendem, cada vez mais..
"Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando."Guimarães Rosa

quinta-feira, setembro 04, 2008

03/09/2008


3+9+2+0+0+8=22. Vinte dois anos. Quarta feira. Há 22 anos, exatamente em uma quarta feira, eu nascia. Quarta feira é o dia do signo de virgem. Meu signo.
Aparentemente, são muitas coincidências. Significam algo? As vezes, são só coincidências..
Só sei que foi um aniversário diferente.
Há muito tempo eu não ouvia o "Parabéns" cantado em sala de aula. E dessa vez, acho que foram uns quatro!!!!! E qual foi a minha surpresa também ao ver minha página de recados recheada de recados.... de alunos!!! Daqueles bagunceiros, daqueles cdf's, daqueles desligados.. váriosss.. de várias fases!! E foram eles que contribuiram para que fosse um aniversário mesmo diferente!!!

Queria agradecer.
Obrigada pela ligação interurbana. Pelo abraço que veio de longe, mas que eu senti. Obrigada pelos recados, pelas palavras coloridas ou não. Obrigada pelos telefonemas inusitados. Obrigada pelos abraços. Pelos sorrisos. Pelos desejos de felicidade. Pelo presente feito a mão. Pela ajuda com o convite. Pelo apoio. Pelo incentivo. Por aquele escolhido com cuidado. Pela cartinha. Pela lembrança de além mar. Pelo email poético. Pela passagem relâmpago. Pelos brindes de cerveja. Pela mensagem no celular. Pelo carinho pelo msn. Pelas fotos. Pelos videos. Pelo bolo com cereja. Pelo carinho... Obrigada, pela existência de todas essas pessoas lindas na minha vida. Que eu possa ser cada vez mais um pouco delas, que eu nunca esqueça esses sorrisos. Obrigada pelas pessoas que fizeram desse dia especial. Que de alguma forma se fizeram presente. Sou grata a todos por isso. E um pouco mais feliz também!

É bom quando a alegria supera as falsas promessas, o descaso e a indiferença..

Sim, realmente vale a pena!

segunda-feira, agosto 11, 2008

Em defesa da Alface:

"a gente nao sabe se quem sofre mais eh um frango, pq ele eh um animal e faz parte da mesma cadeia que a gente... ou se eh uma alface... pq ng pode ver, saber, ouvir, entender se ela sente alguma coisa"
(Sírio Possenti, professor do IEL - Unicamp, doutor em Linguistica - Análise do Discurso)

11/08/08

NEH?

sábado, agosto 09, 2008

I can change..

Fazia tempo que não voltava lá. Sempre que passava, era rápida e distraídamente, havia outros afazeres. Outros destinos: o PB ou ainda a tediosa Faculdade de Educação. Essa última terça feira, voltei. Ventava, como sempre. E as árvorezinhas da arcádia balançavam, e faziam aquele barulho tão peculiar do vento entre as folhas. O corredor, os cartazes, as pessoas. Segui para a sala do telão, a sala tava cheia e eu estava tão atordoada pro estar atrasada que nem agradeci quem tinha me entregado a folha de papel que continha o programa. Me concentrei e li a ementa: Uma viagem pela literatura latino-america contemporânea.
Definitivamente, aqui é o meu lugar. Querido IEL, como foi bom voltar!!!

...

Acordei depois de levantar a praticamente cada hora. São poucas as coisas que tiram o meu sono, uma delas (quase a única) é a ansiedade. A noite foi longa.. vários sobressaltos. E o relógio me avisava que ainda não era a hora. Por fim, chegou. Por fim. levantei para começar de novo. Tudo de novo. Novo grupo, novas regras, novo conteúdo, nova rotina, novo horário, novos alunos..
Novos alunos. Acho que foram eles que tiraram meu sono. O que será que pensariam? Será que iriam gostar? Será que vou atender às expectativas?

- Bom dia, pessoal!
-Bom dia, professora! - e o sorriso me trouxe o apoio que eu precisava.

....
episódio 1:

MURILO:

eu fui um dos finalistas da escola e fui ate a eptv quata feira

Episódio 2:

http://www.youtube.com/watch?v=SuqvIkniiIY

Eu não disse que vale a pena???


Foi um mês de Julho bem complicado. Complicado quanto às incertezas. Estou formada ou não? Estou empregada ou não? Quantas a dúvidas, e nenhuma resposta. Cansada de dizer "vamos esperar". E esperar nem mesmo ao certo pelo que. Impaciência, cansaço, decepções, reencontros.. bons reencontros! Foi um mês curto e ao mesmo tempo longo.. mas que trouxe boas respostas, boas mudanças. Agora, mais um inferno astral antes de mais um ano de vida. Um ano que eu espero que acompanhe essas mudanças, e que traga outras. Pra melhor. Sempre!

sexta-feira, agosto 01, 2008

Owner of lonely heart

Se mova, você sempre vive sua vida;
Nunca pensando no futuro;
Se submeta, você é o que se move;
Tenha suas chances, vencedor ou perdedor;
Se veja, você é o passo que dá;
Você e você e isso é o único jeito;
Agite, se agite, você é cada movimento que faz;
Então a história segue.

Dono de um coração solitário;
É muito melhor do que ser;
Dono de um coração partido;

Dono de um coração solitário.

Diga que você não quer ter essa chance;
Você se machucou muito antes;
Veja agora, a águia no céu;
Como dança, única e só;
Você, se perdeu; não foi por piedade;
Não tem nenhuma razão real pra ficar sozinho;
Seja você mesmo, dê a seu sentimento de liberdade uma chance;
Você teve que querer em obter sucesso.

Dono de um coração solitário;
É muito melhor do que ser;
Dono de um coração partido;

Dono de um coração solitário;

Depois de minha própria decisão;
Eles me confundiram bastante;
Dono de um coração solitário;
Meu amor nunca disse questionar sua vontade como um todo;
No fim você teve de olhar antes de pular fora;
Dono de um coração solitário;
E você não vai vacilar agora; não, não?

Dono de um coração solitário;
É muito melhor do que ser;
Dono de um coração partido;

Dono de um coração solitário.

Mais cedo ou mais tarde, cada conclusão;
Vai decidir o coração solitário;
Dono de um coração solitário;
Vai excitar, vai deliciar;
Vai dar um melhor início;
Dono de um coração solitário;
Não engane sua liberdade como um todo;
Dono de um coração solitário;
Não engane sua liberdade como um todo;
Apenas o acolha.

quinta-feira, julho 24, 2008

Balada

Luzes coloridas, músicas, vozes, perfumes.
Luzes que ofuscam ao invés de iluminarem,
Música que ensurdece
Vozes que soam palavras falsas, efêmeras
Perfumes que se misturam a fumaça do cigarro
Sorrisos forçados, beijos vazios
olhares tendeciosos
olhares fúteis
comentários a cerca da aparência, do estilo, do jeito..
bebidas, bebidas, bebidas
a música continua a ensurdecer..
"Never stop the music"
o som aumenta
aumenta o vazio..
o sorriso esconde a falta do brilho
Alguém percebe que ele se foi?
a bebida busca preencer o vazio que não tem fim
a droga traz a ilusão
é quando ela se vai
o vazio não vai junto.
ele fica
atormenta
incomoda
questiona..
o vazio, que não tem fim.

terça-feira, julho 22, 2008



Ela gostava de sentir o sol no inverno. Gostava muito do sol, e no inverno mais ainda, pois podia senti-lo aquecendo o seu corpo. Era como se estivessem mais próximos, como se pudesse tocá-lo de verdade, numa troca íntima e essencial.
Naquele dia, ainda com os cabelos emaranhados e o olho meio aberto, saiu do ar gélido dos azulejos e sentiu o sol daquele iverno. Ficou parada, por alguns segundos, sentido o calor que tomava suas mãos. Olhou, sentiu e soltou um leve sorriso de gratidão inconsciente.
Se pudesse ficaria o dia todo ali, apenas ela e o sol. Sem mais ninguém.Desligaria o telefone, desligaria o computador, desligaria a mente. Principalmente, a mente. É possível desligar a mente? Ela achava que era. Cada vez que vinha aquele pensamento indesejado, ela buscava fugir. Ria, se enganava, buscava algo inútil pra fazer. Não queria pensamentos sérios. Eles exigem muito de nós. Estava cansada de se sentir cansada. Esse cansaço intesgotável. Não importa o que fizesse, sentia-se cansada. Cansada da paisagem, da rotina, da mesmisse. Agradecia ao Sol. Por não se entregar ao cansaço. Compartilhava com ele seus planos e ele os enchia de brilho, esperança e vigor. Agradecia ao Sol e torcia para que ele não fosse, nem levasse com ele tudo aquilo que lhe traz uma satifação inebriante.

O mundo não é cor de rosa.

Diante do horror do mundo, temos de ser felizes

ARNALDO JABOR

O Brasil está se defrontando com o absurdo de sua estrutura institucional. Esta explosão galáctica da crise entre polícia, política, Judiciário, empresariado, Estado e capital revela o tumor do absurdo nacional. Olho em volta e tenho de comentar o incompreensível, o indestrutível, o inexplicável, o inevitável, o incurável, o impossível.

É desanimador. Deprimo porque vivemos no Brasil uma dupla mensagem: tragédia nas notícias e gargalhadas nas revistas de celebridades. Dentro da paisagem tenebrosa, somos obrigados a ser felizes.

Hoje em dia é proibido sofrer. Temos de "funcionar", temos de rir, de gozar, de ser belos, magros, chiques, tesudos, em suma, temos de ter "qualidade total", como os produtos.
Para isso, há o Prozac, o Viagra, os "uppers", os "downers", senão nos encostam como mercadorias depreciadas.

No entanto, a depressão tem grande importância para a sabedoria; sem algum desencanto com a vida, sem um ceticismo crítico, ninguém chega a uma reflexão decente.

O bobo alegre não filosofa, pois, mesmo para louvar a alegria, é preciso incluir o gosto da tragédia. No pós-guerra, tivemos o existencialismo, o suicídio da literatura com gênios como Beckett e Camus ou o teatro do absurdo, o homem entre o sim e o não, entre a vida e o nada.

A infelicidade de hoje é dissimulada na alegria obrigatória.

"A depressão não é comercial", lamentou um costureiro gay à beira do suicídio, mas que tinha
de sorrir sempre, para não perder a freguesia.

O bode pós-moderno vem da insatisfação de estar aquém de uma felicidade prometida pela propaganda e pelo mercado.

É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja. Ninguém quer ser "sujeito", com limites, angústias; homens e mulheres querem ser mercadorias sedutoras, como BMWs, Ninjas Kawasaki.

E aí, toma choque, toma pílula, toma tarja preta. Só nos resta essa felicidade vagabunda fetichizada em êxtases volúveis, famas de 15 minutos, "fast fucks", raves sem rumo.

O mercado nos satisfaz com rapidez sinistra: a voracidade, o tesão, o amor.

E pensamos: "E se não houvesse mais desejo? Eu posso escolher o filme ou música que quiser, mas, nessa aparente liberdade, "quem" me pergunta o que eu quero?

A interatividade é uma falsificação da liberdade, pois ignora meu direito de nada querer. Eu não quero nada. Não quero comprar nada, não quero saber nada, quero ficar deprimido em paz.
Estava neste ponto do artigo quando um Ananda Rubinstein, cientista política, me enviou um texto chamado "Elogio da melancolia", de Eric G. Wilson, da Universidade de Wake Forest.

Veio a calhar. Com destreza acadêmica, ele aprofunda meus conceitos. Ele escreve:

"Estamos aniquilando a melancolia. Inventaram a ciência da felicidade. Livros de auto-ajuda, pílulas da alegria, tudo cria um ‘admirável mundo novo’ sem bodes, felicidade sem penas. Isto é perigoso, pois anula uma parte essencial da vida: a tristeza."

Ele continua:

"Não sou contra a alegria em geral, claro... Nem romantizo a depressão clínica, que exige tratamento. Mas sinto que somos inebriados pela moda americana de felicidade.
Podemos crer que estamos levando ótimas vidas simpáticas e livres quando nos comportamos artificialmente como robôs, caindo no conto dos desgastados comportamentos ‘felizes’, nas convenções do contentamento.

Enganados, perdemos o espantoso mistério do cosmo, sua treva luminosa, sua terrível beleza. O sonho americano de felicidade pode ser um pesadelo.

O poeta John Keats morreu tuberculoso, em meio a brutais tragédias, mas nunca denunciou a vida. Transformou sua desgraça em uma fonte vital de beleza.

As coisas são belas porque morrem - ele clamava. A rosa de porcelana não é tão bela como aquela que desmaia e fenece.

A melancolia, a consciência do tempo finito é o lugar de onde se contempla a beleza. Há uma conexão entre tristeza, beleza e morte.

Só o melancólico cria a arte e pode celebrar a experiência do transitório resplendor da vida. A melancolia, longe de ser uma doença, é quase um convite milagroso para transcender o ‘status quo’ banal e imaginar inéditas possibilidades de existência.

Sem a melancolia, a terra congelaria num estado fixo, previsível como metal. Deste modo, o mundo se torna desinteressante e morre. Todo mundo ficaria contente com o que lhe é dado (que, alias, é o sonho do mercado - a satisfação completa do freguês).

Mas quando a gente permite que a melancolia floresça no coração, o universo, antes inanimado, ganha vida, subitamente. Regras finitas dissolvem-se diante de infinitas possibilidades.
A felicidade torna-se pouco - passamos a querer algo mais: a alegria (‘joy’). Mas, por que não aceitamos isso e continuamos a desejar o inferno da satisfação total, a felicidade plena?
A resposta é simples: por medo.

A maioria se esconde atrás de sorrisos tensos porque tem medo de encarar a complexidade do mundo, seu mistério impreciso, suas terríveis belezas.

Para fugir desta contemplação atemorizante, nos perdemos em distrações vãs e em um bom humor programado.

Somos de uma natureza incompleta, somos de vagas potencialidades, e isto faz da vida uma luta constante em face do desconhecido.

Usamos uma máscara falsa, sorridente, um disfarce para nos proteger do abismo.
Mas, este abismo é também nossa salvação.

Ser contra a felicidade é abraçar o êxtase.

A aceitação do incompleto é um chamado à vida. A fragmentação é liberdade.

É isso aí.

A felicidade tem um pouco de tristeza.
(Por Arnaldo Jabor, 22/07/2008 - O Es
tado De São Paulo)

sexta-feira, julho 18, 2008

E viveram felizes para sempre!



Lembro muito bem do primeiro dia em que vi a Aline. Ela estava sentada no corredor do Iel, conversando com a Marcela e contando que tinha perdido uma pasta. Nessa pasta tinha vários papéis importantes e entre eles, uma carta para o seu namorado. Eu não sabia nada sobre ela: não sabia quantos anos ela tinha, nem onde morava, mas eu pude ver, naquele momento, naqueles olhos intensos e puros, na doçura com que lembrou-se dele, que ele era um cara especial. E assim, por durante um ano, mesmo sem ver o rosto, nós sabíamos quem era o Fer. E torcemos tanto pra que ele viesse e esperamos ansiosamente por conhecê-lo, e quando ele chegou, ele nos conhecía. E nós o conhecíamos. Não foi preciso dizer nada, ele é o Fer. Nós, as meninas. Temos um amor em comum, a nossa Ketrina, essa pessoa que é ao mesmo tão fácil e tão difícil amar. E em meio a essa complexidade, os sentimentos acontecem naturalmente. E alguém como a Aline, só é possível mesmo amar.
Ele tem cachinhos loiros, ela cabelos negros. Ele, os olhos verdes e sereno. Ela, cor de amêndoas e ingênuo. Ele fala manso.. suave.. Ela fala. E fala. E repete, e conta tudo com detalhes. Ele ri baixinho e tem um humor peculiar e ela tem uma gargalhada exagerada e emite sons no final dela. Ele, da história, ela da Letras. E assim eles se completam.
E eu, que muitas vezes desacredito do amor. E eu, que muitas vezes desacredito das pessoas e do mundo. E eu que nem ao certo sei muito bem o que é o amor. Olho pra Fernando e Aline e tenho certeza, isso é amor. O sorriso que ela faz quando mostra a foto dele criança que carrega na pasta, aquele ano de incansáveis emails e cartas que buscavam preencher o vazio, as brigas e choros que acabam em abraços e beijos. A compreensão. A cumplicidade. As diferenças e as afinidades. Tudo isso se encaixa, se entende, se confunde.. Não existe Aline sem Fernando. Não existe Fernando sem Aline. Posso não poder por em palavras o que é o amor, mas eu sei: Fernando e Aline é amor.

"Te amo, sempre te amei (mesmo antes de te conhecer) e continuarei te amando depois q tudo acabar!!!Obrigada meu eu, meu amor, minha vida, o pai dos NOSSOS filhos "
...
"Preciso trabalhar para casar logo com a Aline. Não aguento mais não poder desejar a ela seu último boa noite e seu primeiro bom dia, eu a AMO.
Obrigado por vc ser tudo o que é e por não estar satisfeita com isso e sempre crescer mais, obrigado por ser eu e por eu ser vc, te AMO. "

O dia chegou, Fer. E nós sabemos o quanto vc trabalhou para que ele chegasse. O dia chegou, Aline. Sim, ele será o pai dos seus filhos, dos nossos sobrinhos que eu vou pararicar tanto e dos irmão de Fer, do neto da dna Clara, do Sr. Orlando, da Dna. Carminha, e eles vão brincar com a Nina e com a Meg e terão cheirinho de sabonete Natura.
E todos nós, que estamos aqui hoje, que esperamos por esse dia, sabemos que somente vocês realmente sabem o que isso tudo representa.
Pensando em uma canção, apenas uma me vem a mente (não poderia ser outra): "Eu trocaria a eternidade por essa noite...." Pois bem, essa noite vai ficar eternidade. Ela vai ficar gravada em todos que passaram por aqui, cantaram, choraram, sorriram, abraçaram, beijaram.. ela vai ficar em cada dia dessa vida de vcs que agora é uma só. E nos filhos. E nos netos. Nas fotos, nos videos.
E nos amigos.
Um dia, eu vou dizer para meus filhos, que o amor existe, que ele pode ser lindo e verdadeiro, porque eu conheci Fernando e Aline, porque eu vi eles se casarem e formarem uma linda família. E que viveram felizes para sempre!
Obrigada!

segunda-feira, julho 14, 2008

Se te queres matar

Fernando PessoaSe te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo polícromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...

A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...

Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?

Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...

sábado, julho 12, 2008

Outro dia, recebi um email da Isis com um video do Paulo Leminsk! Já fiquei pasmada.. mas qual não foi a minha surpresa quando eu vi os videos relacionados: uma entrevista com a Clarice Lispector. Nunca tinha ouvido a voz dela. Não conseguia imaginar o seu sotaque nordestino, mas teve algo que foi igualzinho como eu imaginava: o olhar. A postura austera.. profunda.. ao mesmo tempo misteriosa e transparente. E logo no início da entrevista, ela mostra cara de muito poucos amigos e diz ao entrevistador que quando ela não escreve ela está morta. É isso, Clarice dói. Tudo que ela escreve e diz é tão humano que dói. Ela conta sobre um conto que começou a escrever e não acabava mais e aí ela acabou rasgando. O entrevistador meio intelectual pergunta: é um ato de reflexão? De raiva. - ela responde categoricamente. Raiva de mim mesma.
Será que só eu que fico extasiada com a literatura??
Enfim,, voltando.. quando eu não escrevo, eu estou morta. Essa frase ficou na minha cabeça. Faz muito tempo que não venho ao blog.. sem cabeça pra pensar, pra refletir, pra expressar.. pra escrever! E isso não é estar um pouco morta?
Escrever, pra mim, é uma forma de extravasar.. não importa o que eu escreva: uma crônica, uma carta, ou um relato como esse..enfim, e pelo escrever que solto meus sentimentos, emoções, sensações, expressões.. se não escrevo, se não consigo escrever, sim, eu estou um pouco morta sim.
E esse blog ficou parado tanto tempo!! Vinha aqui.. olhava.. pensava em escrever, mas não saia. Lembrava das outras mil coisas pra fazer e não escrevia mais. Desistia. Não estava com vontade de pensar, de dizer o que quer que fosse.. talvez porque eu não entendesse, e eu não gosto de falar sobre o que eu não entendo. Aliás.. tudo parece tão longe da minha compreensão...
Bom, voltei. Estou aqui.
Pra me sentir um pouco mais viva.
E pra encerrar, mais um pouco dela:

"Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa qualquer entendimento."

domingo, junho 22, 2008

Ética: Ter ou não SER.

- Já faz quinze dias!
- Às vezes, atrasa mesmo.. sempre costuma atrasar?
-Não.. sou um reloginho
-Ahm..
-Já falou com ele?
-Não.
Você tem que falar!
-Eu sei! Mas quero ter certeza primeiro..
-E quando será isso?
-Comprei o teste. Tô sem coragem..
- Ah, pára com isso! Vai logo! Tira essa dúvida!

Julia tinha apenas quinze anos. Queria ser médica e estava apaixonada. Marcos também tinha quinze anos. Não queria ser médico. Na verdade, ele não sabia o que queria ser. E também não estava apaixonado. Queria curtir, isso sim.
Um única noite, Julia estava gravida. Um vida se iniciava no seu ventre e a responsabilidade sobre ela era dos dois:
-Não, não pode ser. Faz de novo, esses negócios falham..
-Já fiz duas vezes..
-Faz a terceira!
-Marcos.. é verdade.. eu..
-Tem certeza que é meu?
-Assim você me ofende!
-Foi mal.. mas é que não consigo acreditar!E agora? Minha vida acabou!! Só se..
Ela sabia que ele diria isso. Os homens são mais covardes. Julia já sentia a vida pulsar dentro dela. E apesar de menina era sobretudo mãe.
-É crime, Marcos!
- Por que? Crime é deixar nascer essa crianças sem saber como cuidar dela!
- A gente pode aprender..
-Você não queria ser médica? como vai estudar? E seus pais? Já falou pra eles? eles me odeiam! Vão pesar nas suas idéias pra sempre! Pra que passar por isso!? Ninguém precisa ficar sabendo..
A menina tomou conta de Julia novamente. Será que só porque ninguém saberia deixaria de ser errado? E se Marcos tivesse mesmo razão? E se o maior erro fosse mesmo deixar a criança nascer? O julgamento do pai, da mãe, dos avós, as amigas.. os planos sonhados..imaginados..todos esses pensamentos tomaram conta dela naquele momento. Oscilava entre a mãe e a menina. Entre o certo e o errado. O "bem" e o "mal". Egoísmo, medo, angustia, coragem e covardia.
Fizeram. Ninguém nunca soube. Não suportariam os olhares de repreensão. Brincaram de "faz de conta" Não se viram mais. Júlia cresceu. Desistiu de ser médica. Não conseguiria.

(proposta do concurso EPTV 2008, meu exemplo de redação para os meus alunos)

sábado, junho 21, 2008

Filosofia das Amigas:

Diretamento dos EUA..

"aiii não fica assim, eu tbém odeio a humanidade meu, mas relaxa, deixa a humanidade q se foda...sejamos mais egoístas e pensemos só em nós :)" (Saqui, M. F. 2008)

No MSN:

Su diz: Por que eu atraio essas coisas hein?
Má diz: Porque mulheres bonitas e inteligentes atraem qualquer tipo de cara
Má diz: cabe a nós escolher

Neh?

Ainda no MSN:

Marie diz: E o coração, Pichena?
Su diz: Ah Mari.. daquele jeito..
tá bem.. mas vazio..

Marie diz: Antes vazio que cheio de merda, Sue


Com amigas assim, precisa de Mais alguma coisa?

Nããããão....




























domingo, junho 15, 2008

O Silêncio.

"Words are very unnecessary
They can only do harm.
Enjoy the silence."
(Depeche Mode)


Guimaraes Rosa disse: Forte é permanecer, queito. E disse também que o silêncio é a gente mesmo demais. De um tempo pra cá, passei a apreciar o silêncio. É no silêncio que a gente consegue se ouvir. Se enxergar, se buscar, se entender. E muitas vezes, o silêncio é muito mais sincero. As vozes dos outros, em demasia, atrapalham de ouvir nossa própria voz. A qual, muitas vezes, é a que realmente importa.
Egoísmo? talvez.. mas a verdade é que o que te deixa tranquilo consigo é a sua própria voz. Aquele que se restringe aos pesamentos, que não verbaliza, que é a real. Aquele que não se sente bem sozinho é porque não tem clareza dos seus valores. Cai em contradição, se trai.. precisa da aprovação (ou reprovação) alheia. Ou quem fala demais, precisa provar aquilo que nem mesmo ela acredita. "Eu me transformo naquilo que eu digo".
Por isso que a mentira é tão ruim. Porque é a palavra que legitima o que é real ou não. Se foi dito, passa a ser verdade. Pelo menos, é assim que deveria ser. Se alguém diz que gosta de vc, vc acredita. Para que dizer isso se não é verdade?
Parece simples. Mas nem sempre é assim.
Realmente, a sinceridade está mais no silêncio do que nas palavras. Elas são desnecessárias perto do vazio do silêncio.
O Silêncio incomoda por isso. Porque é real. Porque é sincero. Porque nos permite ouvir nossa própria voz. O momento mais difícil de se reconhecer não é perante os outros, mas consigo. É aí que os conflitos se apertam e temos que dar satisfações pra tal consciência.
Tem horas, que penso que alguns não a têm. Mas nunca saberei. E nem quero.
Prefiro me preocupar com a minha própria. Em aprender a ouvir o meu silêncio. A me sentir demais. Me entender cada vez mais e a partir daí (tentar) fazer as coisas certas e talvez, entender o outro.

Tenho me esforçado para não rir das ações humanas.
Por não deplorá-las, nem odiá-las.
Mas por entendê-las.
(Spinoza)

segunda-feira, junho 09, 2008

Esclarecedor...

Depois de um longo e tenebroso inverno de ausência, volto a ativa com um textinho de (in)utilidade pública! Divirtam-se..

ah! e qualquer semelhança com a vida real NÃO é mera coincidência!




Canlhas e Cafajeste,diferença entre eles...

Muitas mulheres (e homens tb!) confundem um homem canalha de um homem cafajeste . Por isso resolvi colocar uma lista de diferenças entre os dois seres:

1-) O canalha transa com uma garota e sai contando pra todos os seus amigos pra tirar vantagem e descarta ela da sua lista. O cafajeste transa, conta só pra seus amigos mais chegados, mas mantém contato com a garota. Afinal ele pode precisar dos seus favores quando tiver na seca.

2-) O canalha sai beijando todas que ve pela frente na balada. É muito legal ficar disputando com os amigos quem beija mais (afinal seu cérebro parou de se desenvolver aos 14 anos de idade). O cafajeste escolhe uma só, a mais interessante. Fica com ela a noite toda, troca até contatos, por que se não sair do lugar pra transar com ela, vai transar num outro dia.

3-) O canalha não sabe tratar bem uma mulher. É grosso, mal-educado, destrata pessoas humildes ou empregados como prova de superioridade. O cafajeste sabe quando e que intensidade agradar. Compra chocolate, bichinhos-bonitinhos-de-pelúcia e leva a restaurantes finos, com o único objetivo de fazer a mulher se sentir valorizada e assim alcançar seu objetivo, sexo.

4-) O canalha é burro. Seu senso crítico limita-se a análise do gol mais bonito da semana ou de qual a mais gostosa do Big Brother. O cafajeste sabe se virar em qualquer assunto, se é necessário discutir sobre a moda da estação na frente de mulheres ele vira um estilista, se a garota é fã de Chopin ele se torna um frequentador de concertos, etc

5-) O canalha adora aparecer. Estufa o peito na frente das mulheres, faz piadas prontas, é o amigão de todo mundo e só sabe contar vantagem. O cafajeste não precisa de auto-promoção, o boca a boca é feito pelas próprias pessoas que estão ao seu redor. Ele se adapta ao ambiente mudando sua personalidade de acordo com a ocasião. Ou seja, um é pavão o outro camaleão.

6-) O canalha mente. O cafajeste omite.

7-) O canalha não sabe elogiar (ou xavecar, como se diz em sampa). Quando o faz é tão ruim que se torna uma cantada de pião, “uau, que gata!”, “que delicia”, “o la em casa”. O cafajeste sabe elogiar os pontos-chaves da mulher, “nossa, lindo o seu cabelo”, “que sorriso”, “você emagreceu?”.

8 -) O canalha não sabe cuidar de mais de uma mulher. Acaba confundindo nomes, esquece de ligar pra uma, dá mais atenção pra outra, deixa pistas, etc. O cafajeste sabe tratar todas por igual, quando não está afim de sair com uma ele liga ou manda um sms “bonitinho” pra não perder contato. E mesmo que a mulher saiba que ele é um cafajeste, ele a faz crer que é especial e que pode rolar algo sério.

9-) O canalha deixa pista. Seu scrapbook é lotado de recadinhos de mulheres, no subtitle do seu msn ele cita nomes de mulheres, seu celular está cheio de mensagens comprometedoras e sua mãe sempre entrega o jogo (”o x saiu com uma amiga”). O cafajeste apaga todas as pistas, seu scrapbook é apagado diariamente, o msn tem nicks abrangentes que podem ser adaptados pra qualquer uma (”Que saudades de você”), o celular nunca tem mensagens, e sua mãe é grande aliada pois ele sempre diz pra ela que foi na casa de um amigo.

10-) Canalha é substantivo, cafajeste adjetivo.