sexta-feira, abril 18, 2008

E a segunda feira feira amanheceu cinza..


Chovia. O dia estava nublado. E um sensação de frio que há tempo não sentia. Foi assim que a natureza se sentiu ao perder um pouco de poesia. Foi assim que a natureza se despediu de Luiz Carlos Dantas.
É estranho como esse frio trouxe um vazio para o IEL. Eu não estava lá. Mas senti. Todos sentiram. Quem o conhecia bem, quem sabia só o nome, quem o viu algumas vezes, quem era amigo, quem foi aluno, quem foi companheiro. Todos sentimos o vazio. Sentimos menos poesia...
Não conseguimos ainda aceitar que a morte nos leve as pessoas. Como poderia o ser humano, tão importante, tão dono de si, não poder por freio ao ... destino?...
E ele se foi. Com a mesma serenidade com que veio e viveu. E deixou em cada um dos seus alunos um pouco de si.. e nós passaremos aos outros, o tanto deles que viveu em nós. Isso é a tal eternidade.

"Luiz Dantas faleceu hoje à meia-noite e dez no hospital da Unicamp. Seu último dia foi tranqüilo. Pediu-me que tirasse algumas fotos de seu jardim, ficou namorando-as bastante. Falamos um pouco de coisas boas do passado. Depois, aos poucos, ele se foi." (Jorge Coli)

domingo, abril 06, 2008

Competência, essa é a palavra!


Eu precisava fazer um post nesse blog dedicado a esse momento da minha vida. Embora seja díficil pô-lo em palavras. Foram poucas as vezes em que eu pude ver tão claramente um sonho se tornando real.. vcs já viveram essa experiência? Quem viveu sabe qual é a sensação.. parece mentira, demora pra cair a ficha...
Pois bem, há alguns meses..pra ser mais exato, tudo começou em janeiro, estávamos sentados num bar, ouvindo as histórias de viagem de reveillon do Jão e do David. Naquele tempo era só uma idéia, um amigo lancou a semente: vcs também podem fazer isso! Engraçado, parece que precisa sempre alguém vir e te dizer né? Como que num chacoalhão.."ei, vc, acorda! estão esperando o que?". Seja lá o que nós estávamos esperando, decidimos parar de esperar. Fomos a Jundiaí, conhecemos o Cursinho Professor Chico Poço e desde aquele dia, coloquei na minha cabeça: nosso cursinho também vai dar certo!
Eu, sozinha, não poderia fazer muita coisa. Mas o que eu podia fazer para eu mesma não desistir diante dos obstáculos era pôr na minha cabeça: eu vou até o fim. E fomos. E só conseguimos porque unimos a vontade de todos. E porque ficaram conosco aqueles que realmente têm essa vontade. E todos ajudaram como podiam, como queriam.
E hoje, está lá.. sim, o Cursinho Popular de Jaguariúna está completo. Sim, porque agora a essência dele está completa, sem os alunos ele não faria sentido. E agora nos juntamos tudo numa coisa só: alunos, amigos, professores..e aqueles que nos apoiam de outras formas, os maridos que cuidam dos filhos pra professora ir dar aula, a mãe que empresta o carro, os pais que permitiram que os filhos trocaram de horário na escola, os patrões que talvez dispensem os funcionários mais cedo, as amigas que assinam a lista de chamada na faculdade, a jornalista que põe uma notinha no jornal.. Todos os detalhes são de fundamental importância.
Aliás, o que eu mais aprendi buscando esse sonho é que para qualquer sonho se tornar realidade é preciso sair do plano das idéias. O ideal alimenta. O ideal te dá forças. Mas para um sonho virar realidade é preciso deixar de lado a visão romântica que o envolve e entender que vc vai precisar passar por burocracias, impecilhos, má vontade... (apesar dos "conte comigo" né, Jão?).
Sexta feira, eu dei minha primeira aula. Não tem nada melhor para um professor do que a realização de uma aula que é correspondida.. e a responsabilidade aumenta. Dá medo de errar, de não explicar muito bem, de esquecer de algo. Quero que cada aula seja perfeita!!! E o melhor de tudo, é que essa experiência está me fazendo uma professora melhor em todos os âmbitos. Até mesmo com meus adolescentes rebeldes que não gostam de texto e nem de ir pra escola.. engraçado como meu maior desafio está aí.. no emprego pelo qual sou paga e a onde eu vejo mais descaso com a educação. As vivências no cursinho me dão força pra fazer a transformação de fato lá, no meio do sistema, onde é bem mais difícil.
Acho que é para isso que existe o trabalho social. Não podemos nos iludir com ele. É fácil ensinar quem tem vontade, que tem sua motivação intrinseca. E achar que só por isso, podemos livrar a classe média de seus pecados... a trasformação social deve ser bem maior. Fazemos nossa parte de alguma forma, mas não estamos absolvidos só por isso... e temos que nos policiar para tb não colaborar para o sistema.
Ser voluntário, pra mim, não é só ajudar o próximo. Ser voluntário exige uma reflexão sobre a realidade, sobre as minhas atitudes, sobre o meu discurso. E acima de tudo, me ajudar. Pois eu mesma estou revendo minha prática e vendo que posso sim buscar aquilo que acredito, seja como for.
E agradeço a todos, aos alunos que confiaram na nossa proposto, aos professores que confiaram na nossa idéia, e todos que tem dado a sua contribuição de alguma forma! E agora, vamos lutar para que esse sonho não acabe..

"...o verbo ensinar é um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um objeto direto - alguma coisa - e um objeto indireto - a alguém. Do ponto de vista democrático em que me situo, mas também do ponto de vista da radicalidade metafísica em que me coloco e de que decorre minha compreensão do homem e da mulher como seres históricos e inacabados e sobre que se funda a minha inteligência do processo de conhecer, ensinar é algo mais que um verbo transitivo-relativo. Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. (...)"

(Pedagogia da autonomia, Paulo Freire)

sexta-feira, abril 04, 2008

Coragem, colega!

Eu queria saber onde foi parar meu hipocondrismo e essa capacidade de organização e pontualidade..haha..talvez seja meu ascendente em sagitário que me afetou!
Esse texto foi escrito pelo Christian Pior e é simplesmente engraçadíssimo, o dos outros signos é melhor ainda, do meu eu nem gostei tanto..


E... virgem... Ummmmmmmm...
Faz de conta que você tem uma empresa e acha que o seu sócio está te roubando e você precisa ter certeza e para isto, você terá que mexer em todo o compexo livro caixa ,numa busca pelos ultimos três anos de lucros da empresa.Que chato,não?

Não para um virginiano.

Minúcias , detalhes, cálculos complicados, deixe tudo para ele.
O virginiano é muito organizado, e não só no sentido de casa impecável e limpa ,mas sim na organização mental. (no meu caso, acho que só a organização mental mesmo..e olhe lá!)

A capacidade de concentração destas pessoas é impressionante e se você resolver mentir para eles, espero que seja bom, porque eles vão somando detalhes , expressões de rosto e friamente vão dizer na sua cara:
Você mentiu!E vão explicar o porquê.

Dá ódio.Não se esquecem de nada, anotam tudo, conseguem ser pontuais e obedecer a rotina de uma maneira perfeita.
Espiem só a agenda de um virginiano típico:

07:15-o despertador toca e o virginiano reza, não se esquecendo de agradecer o aumento que ganhou e os 3 kgs que conseguiu perder.

07:20-O virgianiano vai para o banheiro e faz xixi, em seguida cocô ,usa 7 vezes o papel higiênico(mesmo sabendo que tomará banho em seguida), e aperta duas vezes a descarga , pois tem pavor de resíduos.

07:25-o virginiano entra no chuveiro e molha bem os cabelos e depois de bem molhado, ele passa o shampoo , esfregando bem e enquanto o shampoo age, ele escova os dentes com a escova elétrica.
Enxagua os cabelos e a boca, e repete as duas operações(cabelos e dentes) por mais um minutos e novamente enxagua.
Não passa condicionador porque só usa dia sim , dia não.E hoje é o dia do não.

Em seguida esfrega com a esponja vegetal as partes mais ásperas do corpo(cotovelos,calcanhares ,joelhos) e depois com o sabonte antibacteriano ele lava axilas, solas dos pés, e partes pudentas.
Depois lava o restante do corpo com o sabonte liquido hidratante e enxagua tudo com a água fria porque tonifica os músculos.
Sem medo de ser feliz, lava o rosto com o sabonete para peles mistas.
Depois...
E por aí vai...

Sexualmente eles usam o lado b, então fazem o sexo com muito beijo molhado, saliva, palavrões ,tapas, ou seja o chamado 'sexo sujo', porque é ali que eles se soltam.
Não se esqueçam que todo mundo tem um lado b, mas o do virginiano é quase c. (uii...)

As mulheres são excelentes esposas e namoradas mas são exigentes demais, detalhistas, do tipo que se o coitado deixar a toalha molhada em cima da cama ela surta.

São excelente executivas, secretárias, médicas e cobradoras de ônibus.
E quando discutem a relação é péssimo, porque fazem um apanhado dos ultimos 5 anos, sem perder nenhum episódio de briga e ofensas, repetindo até frases e insultos.

Mas o virginiamo em geral é bem asseado.
Se você estiver na cama com algum deles e tiver com mau hálito, chulé ou um cheiro forte debaixo do braço...ele fala na sua cara e te manda para o banho.

E Se você quer um sexo filme pornô, pegue alguém deste signo.O que é excitante pois eles tem uma aparência distinta e tímida, mas...ui!
Claro, mas com muita higiene.
E tem todos os remédios do mundo .São hipocondríacos.
São capazes de tomar Imosec antes da feijoada.

Pessoas famosas de Virgem:
A Sandy não é deste signo, viu gente?

Cameron Diaz , Greta Garbo, Hugh Grant, Sean Connery, Amy Winehouse, Marina Lima ,Toni Ramos, Claudia Schiffer, Agatha Christie.

domingo, março 30, 2008

de novo..

Um bom poema deve ser lido sempre.
Um bom poema escrito por uma boa amiga, principalmente.
E esse poema, tão íntimo, tão sincero, tão verdadeiro.. sem encaixa nesse momento..
que passa..e depois volta..e torna a passar...
e por isso, está de novo aqui no blog..

cansada..

Como quando se tenta encontrar
a resposta que não se pode achar
e se sente por fim abater
pela dor de tentar entender
e apenas mais se questionar
estou farta de nunca saber
de apenas tentar acreditar
que se não foi não era pra ser
que algo melhor está para acontecer
que alguém melhor está a me esperar

O tempo consome a fé,
os fatos, a esperança
e quando se olha pra trás e vê
o sorriso que se perdeu,
o beijo que já não é meu
e se tenta encontrar o porquê
do que não foi e poderia ser
é difícil se ver e julgar
é mais fácil então se acanhar
se esconder da razão e fingir
que acredita que foi melhor assim
e que a culpa não cabe a você
pois, se não foi, não era pra ser

Não há lágrimas mais em meus olhos
este pranto outrora chorei
não há tristeza ou rancor em meu peito
pois também já me perdoei
mas confesso, com sinceridade,
apesar da talvez pouca idade
que embora não esteja magoada
nem me sinta deveras deprimida
estou realmente cansada
dos desencontros dessa vida
e me sinto penalizada
e me vejo sem saída.

(Priscilla Franco)

domingo, março 23, 2008

La Môme



Primeiro, a busca pelas locadoras. Depois, o mercado negro. Bem, e como vcs sabem, qualidade não é ponto forte do mercado negro..então, a primeira tentativa foi frustrada. (o dvd estava ileso..nem uma gravaçãozinha sequer..). Desistir? Jamais! Outro dvd pirata, e finalmente, aos 20 de março de 2008, consegui assistir Piaf - Um hino de Amor.
E toda perigrinação, valeu a pena! Filmaço! Lindo! E triste, como todas as histórias baseadas em fatos reais costumam ser. E, convenhamos, sofrer em francês é muito mais comovente!
O filme conta toda a trajetória da cantora: desde a infância até o auge do glamour e da fama, e por conseguinte, a decadência. Um vida curta, porém intensa. A contradição do nome, Edith nasceu em Belleville, teve uma ifância pobre e descuidada. Foi abandonada pela mãe, que cantava nas ruas e cafés. O pai nesse momento estava na guerra. Aos cuidados da avó, sofreu com sua saúde frágil. Depois, viveu com a avó paterna, dona de um cabaré. Sua infância foi rodeada de bebidas e prostitutas. Teve uma doença que a deixou cega e ela acredita que voltou a enxergar graças ao milagre de Santa Teresa. Começou a cantar ainda pequena, e esse foi o seu sustento por toda a vida. Cantou em ruas, em bares até atingir a fama. Por ser pequenina e ter uma bela voz, foi apelidada pelo seu primeiro "padrinho" por La môme Piaf.. (pequeno pardal) e mais tarde, assumiu o nome artistico Edith Piaf. A vida de Piaf foi de excessos. E por ser marcante, tornou-se inesquecível.
A música é intensa, sofrida. Absolutamente entregue aos sentimentos. E foi assim que ela viveu. Uma vida triste, cheia de acontecimentos trágicos, mas que encontrou na música muita alegria e o motivo pra viver.
A Mario Cotilliard é simplesmente fantástica e mereceu o Oscar de melhor atriz. E, sem dúvida, a cena final é de arrepiar!
Apesar de "La vie en Rose" ser a música mais famosa dela, creio que a melhor música do filme, é essa:



Non, je ne regrette rien..
Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado!

Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!


Varridos os amores
E todos os seus "tremolos"
Varridos para sempre
Recomeço do zero.


Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!


Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!

sábado, março 22, 2008

Estou numa fase ótima. Há muito tempo não sei o que é o ócio. Gosto dessa movimentação: os dias passam rápido, as horas mais ainda.. a cabeça ocupada, produzindo, vendo resultados. Nem mesmo o meu delicioso hábito de dormir durante as tardes e também, de acordar tarde nos fds tenho mantido. Sempre algo pra fazer, pra concluir, pra resolver. No fim, bate um misto de cansaço e satisfação que é muito bom!
Eu poderia começar a reclamar: da falta de tempo, do excesso de trabalho, da incompetência das pessoas.. do cansaço e etc. Afinal, as pessoas adoram reclamar. É incrível como elas sabem se fazer de vítimas. Mas, diante de algumas coisas que tenho observado, só posso ter mais certeza de que manter-me ocupada é o melhor a se fazer.
Espanta-me como tem gente que se diz tão ocupada e sem tempo pra nada mas que tem tempo o suficiente pra ficar criando hipoteses sobre a vida, o caráter e a personalidade alheia!!!!!Colocam-se no patamar dos semi-deuses e concluem que suas verdades são absolutas.
É.. pensando bem, pra quem tem um mundo tão limitado, fica fácil ter como referência só a si. E aí, vem aquele monte de autoafirmações...
Já discorri não apenas uma vez sobre o que penso sobre as auto-afirmações... é simples: quando vc precisa provar demais o que vc é, significa que no fundo, nem mesmo vc tem essa certeza. Acredito que esse seja um comportamente natural quando se tem 13 anos, vc busca uma afirmação, quer se definir no grupo, e por isso, se auto-afirma o tempo todo. Mas depois de uma certa idade.. já fica rídiculo.
"Ou pelo menos, o que me leva a agir não é o que eu sinto, mas o que eu digo." É.. Clarice soube muito bem descrever as fraquezas humanas.
Lamento por aqueles que se consideram imutáveis, invencíveis e absolutos. A cada dia, aprendo algo novo, conheço novas pessoas, ouço uma nova música, descubro um novo detalhe no meu rosto, tenho uma nova visão sobre um determinado assunto. Não sou a mesma de 5 anos atrás e Deus me livre de continuar a mesma nos próximos 5 anos. A mediocridade me apavora.
Por fim, apenas lamento. Pois aqueles que se julgam tão únicos, verdadeiros e sem falahas, decepcionar-se-ão apenas com eles mesmos, porque vão se dar conta de que (pasmem) são iguais a todos os outros reles mortais: como as mesmas falhas, os mesmos defeitos.. é, aqueles que vc tanto apontou e criticou. Os mesmíssimos.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

quinta-feira, março 20, 2008

AAAAAAAAAAAAAAAAA

Já o site QueenBrazil.com publicou a seguinte matéria sobre o show:

Será dia 30 de novembro, na praia de Copacabana, a versão carioca do 46664 World Aids Concert, organizado por Nelson Mandela. Uma das atrações é o Queen, agora com Paul Rodgers, ex-Bad Company, como vocalista. Enquanto ele canta, um telão mostra imagens do falecido Freddie Mercury apresentando-se com o grupo. A produção tenta trazer também o Led Zeppelin."
A fonte é a Coluna Gente Boa do Jornal "O Globo". A notícia foi destaque também no Jornal "O Dia", que não só confirma a presença do Queen com Paul como também a de Annie Lennox, mas não cita nada sobre Led Zeppelin.

Estejam ligados nos seguintes sites para mais informações em breve:
http://www.queenbrazil.com
http://www.46664.com
http://www.queenonline.com





AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

domingo, março 16, 2008

"Você é meu homem. Eu sou uma mulher que é sua, meu homem."




eu tinha escrito um texto sobre o dia internacional da mulher. Por fim, no mesmo dia, publiquei outro texto, sem nem mesmo perceber o que estava fazendo. Mas, acho que ainda é válido fazer a homenagem que queria ter feiro, afinal, como disse Foot Hardman, "nunca é demais quando se trata de Patrícia Galvão."
Quando li "Paixão Pagu: a autobiografia precoce de Patrícia Galvão" conheci uma mulher que soube por em palavras o conflito que toda mulher moderna enfrentou (enfrenta). Num relato de total entrega, convida o seu amado a lhe conhecer de uma maneira íntima e pessoal, acompanhar toda sua trajetória por ela mesma, trata-se quase de uma confissão em forma de carta, e, posteriormente, foi intitulada de autobiografia:

"Por que dar tanta importância a minha vida? Mas, meu amor, eu a ponho em suas mãos. É só o que eu tenho de intocado e puro. Aí tem você, minhas taras, meus preconceitos de julgamento, o contágio, os micróbios. Seria bom se eu tivesse o poder de ver as coisas com simplicidade, mas minha condição granguignolesca me fornece apenas forma trágica da sondagem. É a única que permite o gosto amargo de novo. Sofra comigo." (Pagu, p. 52)

Ora, não poderia se esperar diferente de uma mulher que passou por tudo que ela viveu. Teve uma infância solitária. Não tinha amigas. Não se entendia com a mãe. Carente, envolveu-se amorosamente cedo... e cedo também descobriu as desilusões. Com treze anos, já fora 'obrigada' a abortar. Inqueita, inconformada e curiosa.. Pagu foi uma mulher a frente do seu tempo. Escrevia, desenhava, lutava, sofria (afinal, canceriana..rss) e tudo que as pessoas sabem sobre ela é que foi a mulher do Oswald e que era comunista revoltada. (Obrigada, Rede Globo).
Mas em seu relato de dentro da prisão, conhecemos uma outra Pagu. Àquela que casou-se pela primeira vez apenas para poder sair da casa dos pais, aquela que sofreu diante da sinceridade exarcebada da vida libertina do Oswald. Sofreu calada. E ainda lhe oferece mérito, por ter sido amigo e nunca ter sentido pena por ela. Uma mulher que viveu a causa comunista no sentido mais pleno da palavra. Enfrentou todas as dificuldades que o política (espaço essencialmente machista) lhe impunha para que pudesse fazer parte dele. Recusou empregos, ficou doente com a vida de operária, quase morreu, foi presa por diversas vezes, afastou-se do seu primeiro filho, Rudá. Descobriu toda a farsa que envolvia o partido e por fim, frustra-se ao chegar a Russia: "Então a revolução se fez para isto?Para que continuem a miséria e a humilhação das crianças?"
É Pagu, realmente, é dificil dizer o porquê das coisas. Muito mais difícil saber o porquê das coisas. Quando digo que ela soube por em palavras o conflito da mulher moderna, o faço porque na literatura, esse assuntoo sempre foi tratado dentro da óptica masculina. Os escritores, em sua maioria homens, traziam personagens homens, e a mulher sempre foi coadjuvante. Com Pagu, conhecemos aquela que via que algo de novo se apresentava, se inquietava com isso, percebia mudança nas relações, nas atitudes, nas tradições. Sua compreensão e interesse pela mudança fica clara com o seu engajamento no paartido: a busca por um ideal, até então, desconhecido. Viveu durante anos com um homem que estava longe de ser o marido ideal romântico, mas que soube criar o seu filho e ser seu companheiro no momento em que mais precisava. Queria ser mãe, como todas as outras mães. Mas a Pagu não era como os outros. Conflitou entre o que "deveria ser" e o que realmente "queria ser". E o entendimento desse mundo chamado moderno, fez com que ela nos apresentasse em sua "biografia"(entre aspas pois não era essa a intenção, afinal, o livro era uma carta para seu segundo marido,Geraldo) a crise das representações. A mulher já não é mais a mesma, o mundo já não é mais o mesmo.. e afinal, o que ele é?
Mudanças assustam.. tendemos a permanecer na inércia. Mas ela não teve medo.
Se tem alguém que merece ser lembrada nesse dia, creio que seja ela. Apesar de ser um dia tão machista e comercial - para vender flores e celulares - ela merece ser lembrada, como uma mulher corajosa, inteligente e bonita. De uma beleza especial. E, também, uma grande escritora!
E quem quiser ler o livro, vale a pena! =)



sexta-feira, março 14, 2008

Poema


Se morro
universo se apaga como se apagam
as coisas deste quarto
se apago a lâmpada:
os sapatos - da - ásia, as camisas
e guerras na cadeira, o paletó -
dos - andes,
bilhões de quatrilhões de seres
e de sóis
morrem comigo.

Ou não:
o sol voltará a marcar
este mesmo ponto do assoalho
onde esteve meu pé;
deste quarto
ouvirás o barulho dos ônibus na rua;
uma nova cidade
surgirá de dentro desta
como a árvore da árvore.

Só que ninguém poderá ler no esgarçar destas nuvens
a mesma história que eu leio, comovido.


(Ferreira Gullar)

sábado, março 08, 2008

Amor.. desejo.. sexo...

Não sei a onde, vi, certa vez, a frase: definir é limitar. Estamos (eu, pelo menos, sempre estou) em busca de definições. O tempo todo queremos definir sentimentos, emoções, comportamentos. Rotulamos as pessoas segundo os nossos critérios. Também podemos nos auto-rotular, em busca de uma própria definição, ou então, numa tentativa de se definir para o outro, fazendo-o ver aquilo que vc quer que ele veja em você.
Natural. Damos nome a tudo. As coisas existem porque sabemos denominá-las, não é mesmo? Pode parecer que não, mas..vamos lá, um exemplo banal e prático: costumamos chamar a depressão, o stress, a síndrome do pânico como doenças da modernidade. Os mais conservadores podem até dizer "antigamente ninguém sofria disso..." ou então, "isso é doença de gente rica.." Mas, será mesmo que essa doença só existe nos tempos atuais? Ou será que muita gente já sofreu desses males mas desconheciam o nome?
É, a rotulação é inevitável. Assim, tentamos rotular e definir tudo que vemos, sentimos.. talvez, assim, seja possível explicar ou entender certos fenômenos.

Já tentei mil vezes definir o que é o amor. Talvez, entendendo-o, eu poderia acreditar. Em um mundo em que "eu te amo" virou ponto final de frases, fica difícil entender o que é o amor. O amor em suas diversas formas, concepções, conceitos, sensações. Afinal, o que é esse tal amor que buscamos tanto, e porque esse amor se transforma em um verbo, uma ação: amar. Parece óbvio, amar é um verbo, uma ação. E a consequência dessa ação, é o amor. Ora.. mas a lógica nem sempre se encaixa na linguagem. Ama-se e a resposta não se parece muito com aquilo que costumamos chamar de amor.

Enfim, quando o Nelson Rodrigues diz que os homens precisam aprender a amar, e que "A maior tragédia do homem ocorreu quando ele separou o amor do sexo." eu me pergunto quando ele soube de fato a diferença e se um dia, esses dois estiveram junto. Em que tempo isso aconteceu? Digo, quando ele decidiu separar? Será que já não eram coisas distintas? Creio que a verdadeira pergunta é: quem associou o amor ao sexo?

São coisas que doem ao serem pensadas e questionadas. Intrigam. Rompem com todo o ideal romântico a que estamos condicionados. Mexe com o ego. afinal, ninguém gosta de se sentir apenas objeto de desejo. E o homem, este que é dotado da inteligência (óóó) de repente, se vê agindo por instintos, irracional.

O conflito amor x sexo, reflete o conflito que vivemos entre separar o "humano", no sentido mais determinista, com um corpo biologicamente estruturado que responde a estimulos, a instintos, a hormônios, terminações nervosas e o ser cultural, que vive em sociedade, que tem regras, que define, que rotula, julga. E por fim, o que é real? A onde está a verdade?

É, a verdade é aquilo que vc quer que seja verdade. Fácil dizer que o problema é que separou-se o sexo do amor, como se esses, um dia, tivessem sido um só. E aí, nos martirizamos por ceder a desejos, buscamos o amor em sua plenitude e não entendemos o nosso próprio corpo, nossas próprias ações. E não amamos porque não sabemos o que é amar. Porque buscamos um ideal, ao invés de entender a nossa própria forma de amar. Queremos nos encaixar nos rótulos.

e assim, "caminha a humanidade", na busca pela felicidade plena, se frustrando, caindo, bebendo e levantando..(tava muito sério esse post!) e se esquecendo de apenas sentir...

"Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Pensar é um ato.
Sentir é um fato.
(Clarice Lispector)

domingo, março 02, 2008

Polêmico?!?

"A maior tragédia do homem ocorreu quando ele separou o amor do sexo.
A partir de então passamos a fazer muito sexo e pouco amor.
Não passamos de desejo, eis a verdade.
E todo desejo como tal, se frustra com a posse.
A única coisa que dura para além da vida e da morte é o amor"
(...)
“Educação sexual deveria ser ensinada a éguas e cavalos, os homens precisam aprender a amar.”

(Nelson Rodrigues)

O que vcs acham?

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

O inferno


"O que mais me chateia na raiva é que sei, por experiência, que ela passa. A raiva, sim, é um pássaro selvagem: você tenta amansar ele, ganhar confiança, mas quando menos se espera, ele bate assa e foge. A gente fica então com uma fraqueza no peito, no corpo todo, como depois de uma febre. Querendo colo. Mas o pior é o período antes da fraqueza, tomo mundo com os nervos a flor da pele. As caras que por acaso rompiam a barreira do meu quarto eram todas de tragédia. Menos os inocentes: Chico, Íssimo, Bem-me-quer.
Embora fosse antigamente uma princesa (isso o Teo dizia) eu me sentia um sapo. Haveria algum dia o beijo salvador?
Pensava na Berta. Talvez ela...
Mas era cedo ainda. Eu estava muito cheia de raiva (no funfo, vergonha) e, embora tivesse gritado "perdão" à vista de todos, eu não queria me arrepender. Por isso estava ainda naquele inferno. No inferno, isso eu sei, é proibido o arrependimento. Continuamos fiéis aos nossos erros.

Aos trancos e relâmpagos, Vilma Arêas.
Vilma Arêas
É professora de literatura brasileira na Universidade Estadual de Campinas e autora, entre outros livros, de "Clarice Lispector com a Ponta dos Dedos" e "Trouxa Frouxa" (Companhia das Letras).

Ela tem um jeitinho "a la" Clarice mesmo..


segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Algumas observações.

Sábado: chuva o dia inteiro,
Domingo: mais chuva, novamente, pelo dia todo.
Segunda feira: Sol escaldantes durante todo o dia e noite resfrescante.
Isn't it ironic?

***

Há pouco tempo, procuramos pelas locadoras de Jaguariúna pelo filme, Piaf - Um hino de amor. Em uma delas, a moça fez aquela cara de "ué?", mas ainda assim, se esforçou e procurou no sistema. Mas o pior foi na outra, vou até reproduzir o diálogo:

- Moça, vc tem Piaf?
- O que é isso?

Bem, tendo em vista que estávamos numa locadora, várias respostas eram possíveis, não é mesmo? Piaf pode ser um secador de cabelo, um prato tailandês, um novo corte de cabelo, ou até mesmo, um perfume importado.
A impressão que temos é que procuramos por um filme exótico, que nem foi comentado pela crítica e nem vencedor de dois oscars, sendo um deles, o de melhor atriz.
é o interior de São Paulo fazendo o melhor para atendê-los!

***

Ontem, nos cometários do oscar, o Zé Wilker fez um comentário que eu gostei muito. Polêmico e Radical, mas compartilho da mesma opinião:

"Efeitos especiais servem pra mascarar a falta de idéias. Um filme com muitos efeitos especiais geralmente não tem uma boa história."


***

Hoje, na novela das 6, o personagem da Grazi foi deixada no altar. Já fazia tempo que a irmã dela avisava que ele não gostava dela... mas ela queria porque queria casar. Ela deveria ler o livro "Ele simplesmente não está afim de vc". Ou a revista Claúdia.

***

Essa semana voltam as aulas na Unicamp. Isso siginifica que termino meu último semestre. Isso significa que terei um infinito semestre de El's. Isso significa que em pouco estarei formada. (E agora, José?). Isso significa que terá várias choppadas nas próximas semanas. E que eu não terei mais tempo pra ver essas porcarias na televisão. Amém.

domingo, fevereiro 24, 2008

Por último, mas não menos importante..


O homem vampiro


A hostess Patrícia*, 27 anos, conheceu um candidato a namorado em um site de relacionamento. Marcaram um encontro em um bar. Nem bem se sentaram, o moço passou a desfiar um rosário de lamentações: as dificuldades no trabalho e quanto ele dava duro na vida. Foi assim a noite inteira. Ao pedirem a conta, ele começou uma conversa sobre a divisão das despesas. "Eu disse que, no primeiro encontro, ele deveria pagar por uma questão de cavalheirismo." A contragosto, ele pagou a conta. Ao deixar Patrícia em casa, perguntou quando iriam se encontrar de novo. Ela riu, mas nunca mais atendeu a nenhum telefonema dele. "Vi que era totalmente roubada."

O homem-vampiro suga a mulher. Muitos são possessivos e ciumentos. A funcionária pública Karina*, 32 anos, namorou um tipo assim por três meses. "Ele controlava meus e-mails, me fez tirar minha página no Orkut e proibiu o MSN", conta. Tinha ciúmes de tudo e de todos, dos amigos aos familiares de Karina. Ela descontava a frustração comendo sem parar, e o namorado fazia comentários maldosos sobre os 5 quilos que Karina tinha ganhado. Mesmo com a autoestima em baixa, um dia a ficha caiu: "Eu estava fazendo análise e as sessões me ajudaram a perceber porque vivia tão infeliz. Aquele sujeito estava me sugando".

Como reconhecê-lo:

É do tipo nervoso, agitado, inseguro, sempre com medo de ser traído. Gosta de vigiar todos os passos da pessoa com quem está saindo e tenta isolá-la do contato com os amigos e a família. Vive reclamando da vida. Quase nunca tem dinheiro, mas não faltam boas desculpas para pedir para você pagar a conta.

sábado, fevereiro 23, 2008

O homem perfeito

O homem perfeito

A secretária capixaba Débora Ferreira, 28 anos, também pensou ter encontrado o homem ideal. Ele era gentil, trabalhador, carinhoso, dedicado... "Como falávamos em um futuro juntos, comecei a procurar apartamento e a pensar na data para o casamento. Foi quando ele mudou", diz. O moço passou a chegar tarde nos encontros e a repetir comentários como "muitos relacionamentos acabam antes de chegar ao altar". Ele foi esfriando e parou de se preocupar com os sentimentos dela. A perfeição era uma farsa: "Ele só queria viver experiências novas", descobriu Débora.

A jornalista Ana Kalyne, 40 anos, também caiu no laço do homem perfeito. "Ele fez de tudo para me conquistar: mandou flores, me levou aos melhores lugares, trouxe presentes lindos." Para completar, falava que queria casar e até chorava quando Ana dizia não querer a mesma coisa. "Depois de um tempo, cheguei mesmo a considerar a possibilidade de me casar." Afinal, que mulher não gosta de homens estáveis, inteligentes e, ainda por cima, aparentemente apaixonados? "Eles têm sempre na ponta da língua frases do tipo: 'Você é a mulher da minha vida'." Parecem ter a idéia fixa da conquista, mas quando ela acontece... se mandam. Foi assim com Ana. Hoje, ela está namorando e feliz. O eleito passa longe do estilo perfeito.

Como reconhecê-lo:

É um sujeito que, de cara, demonstra ter todas as qualidades valorizadas pelas mulheres. É gentil, elegante, dá presentes. Geralmente, ele se declara logo na primeira semana, se expressa com facilidade, olha nos seus olhos e faz comentários que toda mulher gosta de ouvir, como elogiar o novo corte de cabelo.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

E não pára por aí!


Meninas, a revista Cláudia não pára por aí! rss Não existe só o Homem Ternura! Tem também o Homem Sincero! (esse eu conheço super bem...)

Previnam-se! ;)

O homem sincero

Esse faz o gênero franco. Deixa claro que não quer nada sério, mas garante que tamanha sinceridade é em respeito aos sentimentos da mulher. A fisioterapeuta Denise*, 27 anos, caiu nessa conversa. A convite de um casal de amigos, foi à casa de um desses homens sinceros. Era um lugar elegante, como o dono da casa. Ele serviu um jantar acompanhado pelos melhores vinhos e discorreu sobre a arte da degustação. Quando deu por si, Denise estava aos beijos e abraços com o moço. Foram para a cama na mesma noite e tiveram uma transa fantástica. No dia seguinte, ela acordou com um café-da-manhã e, ao chegar em casa, recebeu uma mensagem dele. "Para mim, estava claro que haveria uma continuidade." Mas, passada uma semana, nenhum sinal do moço. O amigo em comum explicou que ele tinha acabado de se separar da mulher e estava se adaptando à vida de solteiro. "Eu me agarrei àquela explicação para justificar o sumiço dele e aproveitei a primeira oportunidade para encontrá-lo de novo." Na segunda vez, o sexo foi ainda mais explosivo. Mas, quando terminou, ele confessou que não queria nada sério com ninguém. "Eu não podia acreditar, tinha certeza de que ia dar certo." Era engano. Depois disso, o moço passou a evitá-la. "Vi que ele não queria nada mesmo. Pelo menos, não comigo."

Como reconhecê-lo:

Ele é direto: não faz declarações nem perde tempo com presentinhos e bilhetes românticos. Vai logo ao ponto: quer levá-la para a cama. Obviamente, não diz isso com palavras, mas deixa claro por sua maneira de agir. Tudo é muito rápido: ele arma o cenário de sedução e dá o bote, porque quer estar livre e pronto para outra.


Amanhã tem mais!

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Utilidade pública.


A Revista Claúdia publicou uma reportagem no mínimo engraçada. E também, muito útil! haha
Afinal, a gente já conhece..sabe que vai dar merda..mas sempre cai numa dessas!!!

Lá vai..

Homem-cilada

Eles existem desde que o mundo é mundo e, para não ser desmascarados, ficaram mais sutis na hora de camuflar as artimanhas. Fomos mais espertas: procuramos vítimas recentes e fizemos o retrato falado dos homens-roubada. Olho neles!


O homem ternura

Logo que conheceu José*, em um site de relacionamentos, a professora de educação física Cíntia*, 36 anos, ficou encantada. Ele vinha de uma série de namoros complicados, e Cíntia teve a certeza de que o moço encontraria nela, enfim, um porto seguro. Depois de duas semanas de conversa online, marcaram um encontro. A primeira semana foi um sonho: José era sempre "fofo" e apaixonado. Cíntia conheceu a mãe, o padrasto, o filho e os melhores amigos dele. Mas não freqüentavam juntos locais públicos. "Ele dizia que a ex-mulher o colocara na Justiça porque ele pagava apenas' 10 mil reais de pensão para o filho e havia um mandado de prisão contra ele." Apesar dos avisos dos amigos, Cíntia continuou com ele. Quando José contou que o advogado tinha conseguido suspender o mandado de prisão, Cíntia comemorou, mas a alegria durou pouco. Na primeira noite de "liberdade", ele ligou dizendo que estava deprimido demais para se encontrar com ela. A intuição levou Cíntia a abrir a página de José na internet. "Havia um recado de uma moça de outra cidade e a resposta dele: uma declaração de amor. Fiquei chocada." Ao ser confrontado, José não assumiu o caso, mas, com cara de desolado, alegou que Cíntia era "linda demais para ele e que não teriam futuro juntos". O namoro terminou naquela mesma noite.

Como reconhecê-lo:

Ele é "fofo", aparentemente carente, precisando de colo. Vem com aquela conversa de namoros sofridos ou ex-mulheres vingativas. Se diz um romântico à procura de um grande amor, que não teve sorte nos relacionamentos anteriores. Apresenta a nova "vítima" à família e aos amigos, fazendo-a sentir-se acolhida e segura.

Assistindo à novela


Pouco assisto TV. Na maioria das vezes, prefiro passar meu tempo livre e ocioso na internet mesmo. Salvo no período das férias, afinal, não teria como ficar todo o meu tempo livre e ocioso na internet, seria tempo demais! Assim sendo, só me restam as maravilhas da Tv aberta! Sem questionar se os programas são bons ou nãos com qualquer tipo de argumento que seja. Não se esqueçam de que televisão é entertenimento!
Comecei então a assistir a novela das 7, Sete Pecados, e como comecei a assistir, é claro que eu não poderia perder o último capítulo!!!! (foi lindo, a Beatriz se redimiu dos seus pecados e a Clarice voltou pro Dante.. ahhh se a vida fosse uma novela! =) E ali, estava eu, me alienando no mundo absurdo e surreal que é retratado pelas novelas quando de repente, não pude deixar de me irritar com uma única fala da personagem interpretada pela Nicette Bruno, não me lembro do que ela disse antes e nem do que ela disse depois, só fiquei com essa frase: "Como diria o poeta que seja eterno enquanto dure".

Que poeta, amiga?????????? O cantor do katinguele, karametade ou sei lá qual é o grupo de pagode que fez o favor de parafrasear os versos do Vinicius de Moraes?
É por isso que detesto versões e afins. É incrível como o que fica na cabeça do povo sempre será a versão! Ou alguém consegue ouvir I'll be there sem se lembrar de Sandy e Junior?
E nessa brincadeira, o pobre do poeta acaba sendo o 'responsável' por um verso que não foi ele que escreveu, e será que só eu percebo a diferença de sentido?
Quando se estuda a linguagem, percebe-se que não existem sinônimos. Se usamos esta e não aquela palavra é por que uma não pode substituir a outra, e se fazemos essa substituição estamos alterando os efeitos de sentido.

Vejamos, não é tão complexo, principalmente nesse caso:
"Que seja eterno esse amor/que dure para sempre" é uma coisa. "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja INFINITO enquanto dure" é algo totalmente diferente.
Eterno e Infinito não são sinônimos e não devemos substituir um pelo outro. A começar, pela própria forma do soneto, este, tem uma forma rígida, de versos, rimas e sílabas métricas. Logo, e-ter-no não se encaixa no verso da mesma forma que in-fi-ni-to. Mas isso, nem é o que mais importa, o que mais me incomoda está na relação de sentidos mesmo!
Recentemente, usei esse próprio verso para falar sobre o amor. O amor que acaba. O amor que é chama. Eterno é aquilo que não morre, que dura além da morte. Que não tem fim. Nesse caso, eterno se aproxima mais do sentido da palavra imortal. E o que o poeta faz é justamente dizer que o amor NÃO deve ser imortal, posto que é chama. O amor deve ser infinito.
E basta ler todo o soneto para entender o que é amar até o infinito. É de tudo, ao seu amor, ser atento. E se encantar mesmo quando vc achava que não era mais possível se encantar mais. É viver cada vão momento. É rir seu riso, derramar seu pranto, a seu pesar, ao seu contentamento.
E assim, perto do fim daqueles que ama, próximo a solidão. Perto de ver essa chama que se apaga, poder ter a certeza de que enquanto ela esteve acesa, ela foi intensa, ela foi infinita.
Creio eu, que quando as pessoas dizem "que seja eterno enquanto dure", talvez elas tenham essa idéia. Mas não foi isso que o poeta disse.
Valorizo a autoria, sim! Acho importante, ele merece os méritos. Ora, serão gerações repetindo aquilo que ele disse. E aí, vem a maior rede de televisão do país, e divulga o verso do poeta que fez questão de em toda sua vida falar do amor de maneira distorcida. Valeu, rede globo! É nessas horas que eu me lembro porque eu deixo de assistir novela...
Bom, mas faço a minha parte, para aqueles que vêem até aqui e gastam o seu precioso tempo lendo as minhas bobagens, fica o meu pedido de recém-formada em Letras e apaixonada por Literatura: não saiam por aí dizendo que o poeta que fez a frase do pagode do Katinguele... e se me permitem um conselho: não queiram amor eterno, não queiram amar para sempre, mas sim, queiram amar até o infinito.


De tudo ao meu amor serei atento,
antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
que mesmo em face do seu maior encanto
dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso, e derramar meu pranto
a seu pesar ou a seu contentamento

e assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
ou quem sabe a solidão, fim de quem ama

que eu possa dizer do amor (que tive)
que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.

(Soneto de fidelidade, Vinicius de Moraes)

domingo, fevereiro 17, 2008

Bizarre Love Triagule


Toda vez que penso em você
Eu sinto passar por mim um raio de tristeza
Não é um problema meu mas é uma coisa que não gosto
Vivendo esta vida que não posso deixar para trás
Não faz sentido em me dizer
Que a sabedoria de um tolo não vai te libertar
Mas é assim que as coisas são
E é o que ninguém sabe
E a cada dia que passa minha confusão cresce

Toda vez que te vejo caindo
Eu fico de joelhos e faço uma oração
Estou esperando pelo momento final
Quando você dirá as palavras que não posso dizer

Eu me sinto muito bem
Eu me sinto como nunca deveria me sentir
E quando eu fico assim eu simplesmente não sei o que
dizer
Porque não podemos ser nós mesmos da mesma forma que
fomos no passado
Eu não tenho certeza do que isso significa
Eu não acho que você é o que parece
E na verdade admito para mim mesmo
Que se eu machucar outra pessoa
Eu jamais verei o que na verdade deveríamos ter sido

Toda vez que te vejo caindo
Eu fico de joelhos e faço uma oração
Estou esperando pelo momento final
Quando você dirá as palavras que não posso dizer

(New Order)

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Que tal um filme?


Hoje, eu assisti a um filme que me surpreendeu muito. Primeiro, porque conseguiram deixar a Charlize Theron horrorosa. Eu achei que fosse impossível. Ela é uma das mulheres mais lindas que eu já vi na vida, e sim, ela está horrorosa. Gorda, descabelada, enfim.. Mas o melhor, é que ela soube fazer brilhantemente bem um papel que jamais seria atribuído a uma gostosona de Hollywood! Bem.. acabei de assistir a Moster - Desejo Assassino.
Veja bem, eu jamais assistiria um filme só por esse título. É péssimo. Tem nome de filme ruim. Ainda bem que na capa tinha lá a referência dos prêmios que o filme recebeu, (graças a atuação da Charlize, diga-se de passagem!) e então, decidimos arriscar!
A princípio, achei que o roteiro fosse seguir como a maioria dos filmes de serial killers. Um assassino que tem uma história de vida cheia de traumas, que age fria e calculadamente em cada assassinato e um policial super inteligente resolveria o caso. Bobagem! Eu devia saber que era bobagem, afinal, não é um serial killer qualquer.. se trata de uma história real, protagonizada por uma mulher!
O filme baseado em histórias reais sempre é algo intrigante também,pois nos dá a falsa ilusão de que estamos tendo uma reprodução fiel da realidade. Esquecemo-nos de que não deixa de ser uma ficção. E que é uma determinada visão dos fatos que foi escolhida pra ser retratada (dentre as muitas que existem). E o grande lance do cinema é isso: fazer a ficção parecer realidade sem deixar de ser ficção.
Pois bem, em Monster, a diretora e roteirista Patty Jenkis tentou transformar a história da protagonista Aileen em um filme mais próximo possível da realidade dessa mulher. O filme se passa no mesmo lugar onde tudo aconteceu.. nos mesmos bares, no apartamento que ela morou, e durante as filmagens, as pessoas que a conheceram estavam por volta, como espectadores.
Ailleen teve uma vida de cão. Família desestruturada, uma jovem sonhadora.. que ainda criança se rende a prostituição. Essa é a única forma de viver que ela conhece. Essa vida a leva a ter repulsa por homens. Até que um dia, logo após desistir de se matar, ela conhece
Selby. Uma menina que irá lhe mostrar uma outra forma de amor. É a única saída para Lee. É como se fosse a luz no fim do túnel. E ela é capaz de tudo, pra agarrar essa chance. De realmente gostar e ser gostada. Ao mesmo tempo que Lee conhece bem a realidade, conhece bem o mundo real, ela age muitas vezes ingenuamente.. como se fugisse dessa realidade, tentando dessa forma viver o mundo que ela gostaria de viver.
Não vou contar o decorrer (e nem o desfecho) da história. Mas é um filme que faz pensar. Não é só entretenimento. Te faz pensar e muito. Sobre as relações humanas, sobre o egoísmo, sobre a ilusão, o desespero que muitos vivem e a gente nem sequer faz idéia. E como os julgamentos também são egoístas, e as vezes, cruéis.
Sem demagogias e sem tomar partido, é um filme que conta uma história triste. Que tentou ser feliz. Acreditou que podia ser feliz. Mas nem sempre isso basta né?
Por fim, os assassinatos nem são o foco principal da narrativa, embora tenham muita importância, uma vez que são consequências dessa história de amor. Uma história de amor que foge aos padrões.
Vale a pena conferir, a Charlize está ótima, a Christina Ricci continua feinha, mas é um filme e tanto!